Ele tenta livrar a presidente que o indicou ao cargo na PGR.
Por Claudio Humberto
Líderes dos partidos de oposição na Câmara dos Deputados divulgaram nota criticando a decisão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, determinando o arquivamento do pedido de investigação das contas da reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), apesar de o próprio Ministério Público Federal haver constatado, por meio de provas e de depoimentos sob delação premiada, que dinheiro roubado da Petrobras foi utilizado na campanha petista. Dilma indicou Janot para continuar no cargo. Ele somente anunciou sua decisão depois de ter sido aprovado pelo Senado, na última semana.
A nota das oposições é assinada pelos deputados Rubens Bueno (PPS-PR), Carlos Sampaio (PSDB-SP), Arthur Maia (PSD-SP) e Mendonça Filho (DEM-PE), lideres dos seus respectivos partidos na Câmara. Eles lembram os fortes indícios de irregularidades nas contas e acusam o despacho do chefe da PGR de pretender “dar lições” ao Tribunal Superior Eleieoral (TSE) e às oposições. Na nota, os parlamentares advertem que a “pacificação social”, mencionada pelo procurador em seu despacho, “só virá quando não pairarem dúvidas sobre os métodos utilizados pelos candidatos para vencer eleições, sobretudo quando um dos concorrentes, no caso a presidente Dilma, ter anunciado, um ano antes do início do processo eleitoral, que eles poderiam “fazer o diabo quando é hora de eleição”.