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Operação da PF contra a Precisa deve prorrogar os trabalhos da CPI da Covid-19

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Foto: reprodução

Plano inicial do senador Renan Calheiros era entregar o relatório no dia 23 de setembro, mas parlamentares defendem que comissão não pode deixar ‘pontas soltas’ pelo caminho

  • Por André Siqueira / Jovem Pan

A operação da Polícia Federal (PF), que cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados à Precisa Medicamentos na manhã desta sexta-feira, 17, deve prorrogar os trabalhos da CPI da Covid-19. A empresa está na mira da comissão porque foi a responsável por intermediar o contrato firmado entre o governo federal e o laboratório indiano Bharat Biotech para a compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin. Em razão das irregularidades, inicialmente denunciadas pelos irmãos Luis Miranda (DEM-DF), deputado federal, e Luis Ricardo Miranda, chefe de importação do Ministério da Saúde, o contrato foi rescindido pela União.

Como a Jovem Pan mostrou, a CPI quer ter acesso ao contrato original assinado entre a Bharat Bioetech e a Precisa Medicamentos para esclarecer detalhes da negociação, como a forma pela qual a empresa de Francisco Maximiano seria remunerada, por exemplo. Quando Max, como é conhecido o empresário, e Emanuela Medrades, diretora da companhia, depuseram no Senado, os dois afirmaram que não poderiam dar detalhes do acerto financeiro em razão da cláusula de confidencialidade. Os parlamentares também querem saber se a Precisa bancou viagens de autoridades do governo à Índia. A ação da PF deve, inclusive, mexer no calendário de depoimentos da próxima semana: uma das possibilidades cogitadas pelos senadores é ouvir o diretor institucional da Precisa, Danilo Trento, na quinta-feira, 23.

O plano inicial do senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da comissão, era apresentar o relatório na quinta-feira, 23, para que o texto fosse votado entre os dias 29 e 30 de setembro. Em uma reunião no domingo, 12, o grupo majoritário da CPI definiu que o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde Elcio Franco Filho seria o último a ser ouvido. No entanto, nos últimos dias, outras frentes de investigação entraram no radar dos senadores. Entre elas está a denúncia de que a Prevent Senior fez um acordo com o governo federal, no início da pandemia, para disseminar os medicamentos do chamado “kit Covid”, comprovadamente ineficazes para o tratamento da doença. O diretor da empresa, Pedro Batista Júnior, seria ouvido na quinta-feira, 16, mas não compareceu. Em nota, a operadora de saúde afirmou que o dirigente não teve “tempo hábil” de viabilizar sua ida ao Senado. Os membros do colegiado dizem que o depoimento de Batista é indispensável. De acordo com o senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da comissão, a oitiva ocorrerá na quarta-feira, 22.

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