Por Osvaldo Coelho*
A grande batalha para o semiárido foi sonhada por Epitácio Pessoa, Celso Furtado, Nilo Coelho, Rômulo Almeida, João Agripino e outros sacerdotes do Nordeste. A grande batalha precisa ser travada para acabar a crônica e enorme desigualdade regional no Brasil.
O Brasil não pode ser dividido em ricos e pobres. Isto é injusto. A injustiça deve ser combatida com luta. Assim dizia o filósofo indiano Mahatma Ghandi.
Esta batalha é de responsabilidade da União. O deserto de Sonora irrigado tornou ricos a Califórnia, a Arizona, o Noroeste do México. O Estado de Nebrasca ficou rico com a irrigação. Argentina, Peru, Chile, cuidaram de seus semiáridos e os fez prósperos. A China e a Índia irrigam centenas de milhares de hectares anualmente. O Brasil trata o seu semiárido com indiferença. O semiárido brasileiro tem potencial para a prosperidade. Tem solo, sol, água e recursos humanos. Tem demonstrado sucesso com a irrigação no Polo Petrolina/Juazeiro.
E mesmo assim a União dorme e não aceita o desafio de um país justo. Continua injustiçado com o cenário inaceitável de um país dividido entre ricos e pobres. Tem dinheiro para tudo: futebol, trem bala, corrupção. Só não tem dinheiro para os patrícios do Semiárido.
O governo da União precisa abraçar esta causa. Sem água nada cresce. A água está no Rio São Francisco, no Parnaíba, em poços nas bacias sedimentares, nos grandes açudes, muitas vezes ocioso por falta de obras complementares. No Piauí o homem sofre com a falta d’água estando sobre um mar de água subterrânea.
Na Califórnia, 50% da região é com água subterrânea. Na Espanha 1 milhão de hectares são irrigados com água do subsolo. Temos aqui aquíferos subterrâneos em todo o Semiárido.
Não há argumento para a inércia. Não há argumento para parar a irrigação. A União precisa acordar e abraçar a causa da irrigação no Semiárido.
*Ex-deputado federal