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O gesso agrícola como oportunidade para indústria do Araripe

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Foto: reprodução

Ele nos mostra que o Estado de Pernambuco com suas ricas jazidas de gipsita pode produzir um precioso insumo para agricultura

Por Geraldo Eugênio*

O papel de Pernambuco na produção agrícola

Não é do conhecimento de muitos, mas o estado de Pernambuco, em suas ricas jazidas de gipsita, conta com um dos principais produtos promotores de produtividade agrícola, que é o gesso. Este mineral ao ser calcinado e moído é usado como a maioria conhece, na indústria da construção civil, mas a gipsita não sendo aquecida, apenas triturada  e reduzida a pequenos grãos, ou grânulos, auxilia os cultivos uma vez que reage com o alumínio, que é tóxico, deslocando-o para camadas inferiores do solo, tornando os elementos essenciais, em  especial, o Fósforo, disponível à planta e elevando sua capacidade produtiva de matéria seca e grãos.

A pujança da agricultura brasileira

O mundo conta com mais de 7 bilhões e 500 milhões de irmãos a espera de alimentos, todos os dias. Estima-se que em 2050 esta população seja de 9 bilhões de pessoas. O fantasma da fome ronda a humanidade desde há algum tempo e muitos duvidaram que haveria como alimentar uma população crescente. A ciência e a tecnologia, junto ao espírito empreendedor dos agricultores deram prova de que isto é possível e, não é a toa que a produção de alimentos tem sido crescente e capaz de alimentar a todos. Fica claro que  há problemas de distribuição de alimentos, não de disponibilidade, na grande maioria dos países e regiõe

O gesso na agricultura

A revolução agrícola brasileira se deu ao se domar a acidez do solo pela utilização do calcário. Há espaço para complementar os ganhos pela utilização do gesso agrícola em escala. Afinal o país cultiva aproximadamente 70 milhões de hectares de grãos, colhendo safras ao redor de 260 milhões de toneladas. Em uma estimativa rápida, em se necessitando de aplicar uma tonelada de gesso agrícola a cada 4 anos, conta-se com  um mercado anual de 17 milhões de toneladas, o que não é nada desprezível para uma indústria que tem a cada dia sofrido com a elevação dos custos, competidores nacionais e estrangeiros  e questões ambientais crescentes.

O que falta, então?

Em primeiro lugar exige-se um programa nacional, neste caso, liderado pela Embrapa, que trate da recomendação do uso do gesso agrícola em escala. Para tanto, o empresariado,  o governo  estadual e as entidades vinculadas ambiente rural devem conscientizar-se que somente um esforço sinérgico e investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação pode elevar o gesso ao lugar de destaque que ele merece. Com o programa estabelecido, põe-se  em marcha um movimento de difusão de seu uso de modo que o destino do gesso do Araripe não seja apenas a construção civil, mas que se volte à região do Cerrado, tornando-se parte essencial do agronegócio brasileiro, contribuindo ainda mais para o desenvolvimento regional. Com informações do Jornal do Sertão.

*Quem é Geraldo Eugênio: Engenheiro Agronômo, com mestrado na Índia e doutorado e pós-doutorado nos na Texas A&M University, Estados Unidos, é pesquisador do IPA e colaborador da empresa Inovate Consultoria & Projetos Ltda. Foi secretário de agricultura de Pernambuco, Presidente do IPA, do ITEP e Diretor Executivo da Embrapa. Viveu parte de sua vida em Serra Talhada, dedicando-se à agricultura de sequeiro e no Vale do São Francisco, quando liderou o programa de Hortaliças, do IPA. Atualmente tem acompanhado de forma direta políticas, tecnologias e iniciativas de gestão de secas, no Brasil e no exterior. Considera essencial entender melhor o Sertão, visualizando-o como um grande ambiente de negócios e sucesso. Fonte: Jornal do Sertão

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