Operação da Polícia Federal na Odebrecht, na 23ª fase da Lava Jato. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil,
JC Online / Giovanni Sandes– Foto: reprodução
O que mais causou repercussão, na reportagem da Revista Istoé sobre a Arena Pernambuco, essa semana, foi, claro, o inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que apura irregularidades no estádio e tem como alvo o núcleo do PSB: o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, o senador Fernando Bezerra Coelho e o deputado federal Tadeu Alencar. Mas um nome adicional, citado na reportagem, não passou em branco no mundo político. E pode provocar um abalo em vários outros partidos da política pernambucana. Afinal, quem não lembra dos 16 nomes pernambucanos que constam no “listão da Odebrecht”?
O nome mencionado na reportagem da Istoé que fez os bastidores da política pernambucana fervilharem, pois vai em linha com especulações locais, foi o de João Antônio Pacífico, superintendente regional da Odebrecht. Ele seria um dos 50 executivos da empresa em fila para fazer delação premiada. Por anos ele articulou obras no Estado, como a Arena Pernambuco. O executivo entrou na empreiteira em 1978 e atuou na implantação, por exemplo, do Metrô do Recife.
Pacífico sempre teve boas relações com todas as siglas políticas de Pernambuco. Um exemplo é um e-mail do setor de operações estruturadas da Odebrecht, o “setor de propinas” da empreiteira, apreendido pela PF.
O e-mail, de 29 de agosto de 2012, cita Pacífico e fala de “concordância” interna e “alinhamento” para que haja repasses de valores, “via bônus”, para políticos de vários partidos do Estado: PSB, PSDB, PT e PTB.
Talvez isso explique o silêncio da oposição ao PSB na Assembleia Legislativa. Com uma exceção, do deputado Edilson Silva (PSOL), a oposição evitou discursar sobre a Arena. No fim da noite veio uma nota da bancada, mas sem a assinatura de nenhum deputado especificamente.
