Nem mesmo depois de a poderosa Globo comentar que o gol foi legal o juiz se rendeu.
Por Magno Martins / Foto: reprodução
A sensação que tive, ontem, com o roubo do troféu de campeão do Salgueiro, de forma escandalosa, foi a de que o País virou uma grande bandalheira e que os subterrâneos do futebol exalam mais podridão do que os da política, que já nos obriga a tapar o nariz.
Confesso que os 52 dias que separaram um jogo do outro, recurso protelatório injustificável, já me fez ficar com a pulga atrás da orelha. Pensei: tem mutreta aí, patrocinada pela suspeita Federação Pernambucana, que existe para se lambuzar com os três grandes da elite e usar os times do Interior como massa de manobra.
Um gol daquele, lícito aos olhos até da Globo, que torceu pelo Sport, era a janela aberta para uma equipe do Sertão erguer a taça de campeã do estadual pela primeira vez. Mas, o bandeirinha, só ele, enxergou irregularidade. Nem mesmo depois de a poderosa Globo comentar que o gol foi legal o juiz se rendeu. Anulou vergonhosamente. Sua atitude foi tão vexatória que os jogadores do Sport comemoraram o título com a cara pálida, envergonhados. Afinal, qualquer conquista roubada envergonha ser exibida e, portanto, comemorada.
O juiz, o bandeira e a Federação acabaram de escrever uma página triste e profundamente lamentável do futebol pernambucano. Pela história e seu passado consagrador, o
Sport não precisava disso. Tenho impressão que até o seu mais fanático torcedor foi dormir ontem enojado. O futebol do Salgueiro, que ali representava a nação sertaneja, esperançosa e confiante nas regras legais e justas de uma decisão, foi apunhalado. Eu, como todo sertanejo, dormi como se um punhal tivesse rasgado meu corpo do pé a cabeça.
Não merecíamos isso! Campeonatos se ganham no campo exibindo o melhor jogo. Ganham-se na raça e na emoção. O Sport foi o campeão de 2017 no tapetão. O campeão, de direito e do melhor futebol, foi o Salgueiro, simbolizado pelo Carcará.
