Por Cidinha Medrado para o Blog
Há uma semana, o deputado estadual de Pernambuco, Joel da Harpa (PP), e o comandante do 6º batalhão da Polícia Militar, Alexandre Tavares, trocaram agressões, durante vacinação de policiais contra a Covid-19 em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. Eles se empurraram e discutiram, pois o deputado queria entrar no auditório onde estava ocorrendo a imunização para fiscalizar, mas o comandante impediu sua entrada.
Joel passou o final de semana (17 e 18 de abril) visitando batalhões da PM no interior do estado, para verificar se os policiais estavam recebendo a imunização. Ele lembrou, em uma entrevista exclusiva para o jornalista Roberto Gonçalves, que há mais trabalhadores na área de segurança contaminados do que na área da saúde, e que os policiais são tratados com descaso, porque no serviço de fiscalização, arriscam ficar doentes com a Covid-19. Joel lamentou que nenhum policial no Sertão foi imunizado até o momento.
“Há 30 dias estivemos em Brasília discutindo a prioridade desses profissionais, há dados que confirmam que há mais profissionais da segurança sendo infectados do que da saúde, vários policiais que perderam a vida, e outros estão perdendo para o covid-19. Esses trabalhadores não pararam desde o ano passado. A polícia nunca trabalhou de forma remota”, disse o deputado.
O parlamentar culpou o governo do estado por falta de atendimento aos trabalhadores, diante da informação que apenas 3 mil doses foram reservadas para os profissionais das mais de 400 mil doses recebidas recentemente, e firmou sua defesa nos dados estatísticos do Ministério da Saúde, ele disse que vai continuar fiscalizando como fez em Jaboatão dos Guararapes para dar transparência para a sociedade nesse processo de vacinação.
“Aqui fora a sociedade civil está vacinada. No shopping, na rua, a pessoa pode bater sua foto, fazer seu vídeo e divulgar sua vacinação. Porque que os policiais têm que ser vacinados numa sala fechada, restrita, ninguém pode entrar, a imprensa não pode mostrar? A sociedade precisa ser informada sobre tudo o que está acontecendo em relação à vacinação”, argumentou.
Joel da Harpa também assumiu que já entrou com ação na corregedoria contra o comandante do 6º BPM Alexandre Tavares, pedindo que seja aberto um processo administrativo para que ele responsa administrativamente e também reclamou que vários deputados estão tendo problemas nas secretarias e em algumas UPAs na questão da Covid-19, que são impedidos de fiscalizar.
“É inaceitável que um funcionário público, limite o trabalho de um parlamentar, que representa a população. Não sou melhor do que ele em nada, mas tenho minhas prerrogativas, e o coronel vai responder administrativamente. Se o camarada não deve, não teme, essa CPI é importante também, porque a sociedade brasileira ainda se sente incomodada, com tanto dinheiro que foi investido pelo governo federal, tanto nos estados quanto nas prefeituras e ainda não há numa transparência de onde foi aplicado esses recursos”, frisou o parlamentar.
Joel da harpa não escondeu que ainda está sentido com a proibição, mas disse que precisa fiscalizar também como foi investido o dinheiro da primeira onda de infestação do vírus, ele que também é policial militar, garantiu, que mesmo assim, não vai desistir de vigiar. Ouça a entrevista na íntegra:
