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No 7 a 1 de Lula, Lewandowski confiscou a bola

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Josias de Souza

Lula impõe ao Supremo uma rotina emocionante. Pelo roteiro que a Corte traçara inicialmente, o julgamento que poderia resultar na liberação do presidiário petista seria concluído à meia-noite desta sexta-feira. A bola rolava no plenário virtual. Voto vai, voto vem chegou-se a um placar alemão de 7 a 1 contra Lula. Quando o jogo parecia jogado, Ricardo Lewandowski confiscou a bola e zerou o painel. Graças a essa movimentação companheira, a partida terá de ser remarcada, dessa vez no campo aberto do plenário físico do Supremo, com transmissão da TV Justiça.

Votaram contra Lula o relator da Lava Jato, Edson Fachin, e os colegas Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes e Rosa Weber. Votou a favor da abertura da cela de Curitiba o ministro Marco Aurélio Mello. Faltava computar os votos de Lewandowski, Celso de Mello e Luiz Fux. Alega-se que, em função da divergência inaugurada por Marco Aurélio, Lewandowski achou mais prudente intervir. Embora esteja amparado pelo regimento do Supremo, o lance não teve boa aparência.

A prudência de Lewandowski não interessa senão a Lula. Em liberdade, o condenado desfilaria seu figurino de perseguido político no palco eleitoral. Diria algo assim: “Como eu sempre disse, sou inocente, a condenação foi injusta.” As chances de eleger o seu poste triplicariam. Nesse contexto, a jogada de Lewandowski foi feia. Ficará horrorosa se, numa nova votação, o placar de 7 a 1 virar pó.

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