O presidente Jair Bolsonaro foi ao Twitter na noite desta 3ª feira (16.jun.2020) manifestar que não pode “assistir calado enquanto direitos são violados e ideias são perseguidas”.
A afirmação é feita depois de o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes ter determinado a quebra de sigilo bancário de congressistas aliados ao governo.
No desabafo, o presidente não cita diretamente a determinação do ministro ou a Suprema Corte. Nega ter tomado atitudes autoritárias na sua gestão e diz que está alinhado ao pensamento da população que, segundo ele, é, por maioria, conservadora.
“Vale lembrar que há décadas o conservadorismo foi abolido de nossa política, e as pessoas que se identificam com esses valores viviam sob governos socialistas que entregaram o país à violência e à corrupção, feriram nossa democracia e destruíram nossa identidade nacional”, disse em uma das postagens.
O chefe do Executivo federal também cita “abusos”. Diz que tomará todas as medidas legais para proteger a Constituição pois não pode “fingir naturalidade” em meio “ao que está acontecendo“.
“Fingir naturalidade diante de tudo que está acontecendo só contribuiria para a sua completa destruição. Nada é mais autoritário do que atentar contra a liberdade de seu próprio povo. Só pode haver democracia onde o povo é respeitado, onde os governados escolhem quem irá governá-los e onde as liberdades fundamentais são protegidas. É o povo que legitima as instituições, e não o contrário. Isso sim é democracia.”
“Luto para fazer a minha parte, mas não posso assistir calado enquanto direitos são violados e ideias são perseguidas”, escreveu o presidente. “Por isso, tomarei todas as medidas legais possíveis para proteger a Constituição e a liberdade dos brasileiros”, acrescentou.
Ao negar que seu governo tenha “qualquer tipo de apreço ao autoritarismo“, Bolsonaro fez também alusão a uma declaração feita nesta 3ª feira (16.jun) pelo ministro Celso de Mello. O decano do STF disse ser “inconcebível e surpreendente” que “subsista inaceitável resíduo autoritário na intimidade do aparelho de Estado“.
O posicionamento do presidente se dá depois de ele ser cobrado nas redes sociais.
INQUÉRITO DAS FAKE NEWS
O governo deve ter 1 novo embate com o Poder Judiciário a partir desta 4ª feira (17.jun.2020). O plenário do Supremo retoma, às 9h30, o julgamento para decidir sobre a constitucionalidade do inquérito das fake news.