Por Magno Martins
Em entrevista, ontem, o secretário estadual de Saúde, André Longo, pôs em dúvida a realização do Carnaval no Recife e nos principais polos de animação do Estado, como Olinda, Bezerros e Triunfo. Alegou que ainda estão no registro do controle sanitário da sua pasta cerca de 600 mil pessoas sem ter recebido a segunda dose da vacina contra a covid-19.
“Hoje, não há segurança sanitária para grandes eventos que gerem aglomeração”, afirmou o secretário de Saúde, André Longo, adiantando que a preocupação das autoridades sanitárias está relacionada à sazonalidade das viroses respiratórias, que no verão têm seu pico. “Hoje, nossa preocupação não é com o carnaval, é com a sazonalidade”, enfatizou.
Isso, segundo ele, para que o Estado não tenha, mais uma vez, de regredir o plano de convivência e suspender atividades. “Só há um caminho, que é a vacinação massiva da população antes da chegada da sazonalidade”, afirmou. Para garantir o Carnaval, o Estado teria que chegar em fevereiro com as melhores condições sanitárias possíveis, com mais de 90% de cobertura vacinal com segunda dose e de pelo menos 2 milhões de pessoas com mais de 55 anos com dose de reforço tomada, além dos trabalhadores da saúde, para uma possível terceira onda.
Pelo tom do secretário, dá para perceber que o Governo de Pernambuco está inclinado a não autorizar o Carnaval, como já fizeram, de forma açodada e irresponsável, os Estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Festa mundana, da carne como diz a Bíblia, o Carnaval provoca grandes aglomerações, colocando em risco a vida de todos.
Abre, igualmente, uma janela para a população se abraçar com uma nova onda de covid-19, como se observa hoje em alguns países europeus. O Estado, é verdade, sofre uma forte pressão do segmento carnavalesco, que está no prejuízo econômico há dois anos, mas isso não vale nada. O que vale é a preservação da vida das pessoas. Faz Carnaval não, governador!