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Na prática Paulo Câmara isolou Fernando de Noronha

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Foto: reprodução

A partir desta terça-feira (1) Fernando de Noronha poderá receber turistas pela primeira vez desde o dia 20 de março quando as atividades turísticas foram suspensas na ilha devido a pandemia da covid-19.

Mas o trade local não aprovou a forma como a reabertura ocorre.

Eles reclamam que, na prática, o arquipélago continuará sem visitantes não só devido às limitações impostas pelos critérios adotados pela administração da ilha, mas também pela falta de oferta de voos por parte das companhias aéreas.

Conforme a administração de Fernando de Noronha divulgou na última quinta-feira, poderão visitar a ilha somente turistas que já tiveram covid-19.

No entanto, considerando o perfil do público que frequenta Noronha, formado principalmente por pessoas das classes A e B, o critério adotado abrange um número de pessoas muito pequeno o que resultará num fluxo insignificante ou igual a zero.

Segundo números do site do Ministério da Saúde, o universo de pessoas curadas de covid-19 não passa de cerca de 1,4% da população brasileira, ou aproximadamente 3,03 milhões de pessoas.

Desse contingente de curados, apenas 0,2% ou cerca de 6 mil pessoas pertencem às classes A e B em todo Brasil, segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas de 2019, que apurou que essa faixa da população corresponde a 14,4% do total de brasileiros.

Além disso, como em geral os turistas viajam em família ou em grupos, será necessário que todos os participantes da viagem tenham se recuperado da doença, fator que limita ainda mais o atendimento das condições exigidas.

Outro limitador do fluxo turístico é a oferta de voos para o arquipélago.

Tanto as companhias Gol e Azul já anunciaram oficialmente que não irão disponibilizar novas rotas para Noronha no mês de setembro. Com isso, a via de acesso para os turistas limita-se a apenas um voo oferecido pela Azul aos sábados que, frequentemente, é feito com a aeronave praticamente lotada por moradores trabalhadores.

Para o José Maria Sultanum, que há 28 anos possui pousada na ilha, as medidas anunciadas pela administração da ilha não têm embasamento científico e não possuem nenhuma viabilidade econômica.

Na sua opinião, a decisão tomada foi só uma tentativa de dar algum tipo de alento à quase totalidade da população que está sofrendo com a paralisação das atividades turísticas, mas, na prática, revela que a verdadeira intenção é manter tudo parado.

O empresário afirma que Fernando de Noronha é um único lugar no mundo que permanece fechado.

“Defendemos a abertura com todos os protocolos de segurança como acontece em todos os lugares do Brasil. Não existe razão para em Noronha ser diferente. Todo mundo está aberto”.

Desde março, Fernando de Noronha registrou 95 casos de covid-19, sendo que 93 tiveram cura clínica e duas pessoas ainda estão infectadas, em isolamento domiciliar.

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