O líder do movimento, Guilherme Boulos, e pré-candidato à presidência da República, transmite a invasão ao vivo pela sua página no Facebook
Por Jovem Pan / Reprodução/Twitter/Manuela D’Ávila
O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto e a frente Povo Sem Medo invadiram na manhã desta segunda-feira (16) o tríplex do Guarujá, atribuído ao ex-presidente Lula no âmbito da Operação Lava Jato, ao qual o petista foi condenado em segunda instância e está preso.
Os invasores estão com bandeiras do MTST na varanda do apartamento. O líder do movimento, Guilherme Boulos, e pré-candidato à presidência da República, transmite a invasão ao vivo pela sua página no Facebook.
Enquanto há pessoas no apartamento, existem também integrantes dos movimentos na rua em frente ao edifício. Eles gritam palavras de ordem como “Moro, presta atenção, sua casa vai virar ocupação”. Há ainda faixas com os dizeres “Povo Sem Medo” e “Se é do Lula é nosso”.
A ação demorou menos de cinco minutos e cerca de 30 militantes do grupo invadiram o imóvel. Cerca de 100 pessoas, divididas em 20 ônibus, chegaram ao edifício para a invasão. A Polícia Militar foi acionada e já está no local.
Os militantes pularam a grade de acesso ao prédio e subiram 16 lances de escada.
Entenda o caso tríplex
Lula e a ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta em 2017, foram denunciados pelo Ministério Público Federal, pois seriam os verdadeiros dos donos do tríplex no Guarujá.
De acordo com a denúncia, as reformas feitas no imóvel pela construtora OAS, como a instalação de um elevador privativo, eram parte de pagamento de propina da empreiteira a Lula por supostamente ter a favorecido em contratos com a Petrobras.
Para o MPF, as reformas eram destinadas a “um cliente específico”, no caso Lula.
A acusação sustentava que haviam sido destinados a Lula R$ 3,7 milhões na aquisição e reforma do tríplex no Guarujá, sem que o ex-presidente pagasse a diferença pelo apartamento, de melhor qualidade, do imóvel que ele e a esposa pretendiam comprar no prédio. Desse valor, uma parte teria sido utilizada para o armazenamento, entre 2011 e 2016, de presentes que Lula recebeu durante os mandatos como presidente.
Na ocasião da denúncia, os advogados de Lula afirmaram que “o MPF elegeu Lula como maestro de uma organização criminosa, mas esqueceu do principal: a apresentação de provas dos crimes imputados”, argumentou a defesa.