O Ministério Público Federal vê indícios de interferência ilícita do presidente Jair Bolsonaro nas investigações de supostos casos de corrupção durante a gestão de Milton Ribeiro no Ministério da Educação. Nesta sexta-feira (24), a Justiça Federal enviou o caso para o Supremo Tribunal Federal.
Em um documento enviado ao juiz Renato Borelli, da 15ª vara da Justiça Federal em Brasília, e exibido no Jornal Hoje desta sexta, o procurador da República Anselmo Henrique Cordeiro aponta indício de vazamento da operação policial pelo presidente Jair Bolsonaro com base em uma conversa telefônica do ex-ministro Milton Ribeiro gravada com autorização da Justiça. Por isso, ele pede que parte do processo seja enviado ao STF.
Essa suposta interferência também foi mencionada em uma mensagem do delegado da Polícia Federal responsável pelo caso, Bruno Calandrini. A mensagem não é citada pelo Ministério Público no Inquérito, mas, nela, dirigindo-se aos colegas da PF, ele disse que o ex-ministro teve tratamento diferenciado ao ser levado depois da prisão para São Paulo e não para Brasília, como o juiz determinou.
Os trechos das conversas de Milton Ribeiro que se tornaram públicos até agora não citam o presidente Jair Bolsonaro. Parte dos documentos da investigação segue sob sigilo. Na decisão, o Juiz determinou que o inquérito seja enviado para a ministra Cármen Lúcia, que foi relatora do caso no STF.
Na quarta-feira, logo após a prisão de Milton Ribeiro, o presidente Jair Bolsonaro tinha dito que não interfere na Polícia Federal. O presidente não é investigado no inquérito. (G1)
