Movimentos sociais e sindicatos de esquerda decidiram nesta terça (27) promover manifestações nas 27 capitais do Brasil, no dia 23 de março, para pedir a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O anúncio ocorreu apenas dois dias depois de Bolsonaro levar 750 mil pessoas à Avenida Paulista e defender a anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
Os protestos serão organizados pela Frente Povo Sem Medo (FPSM) e Frente Brasil Popular, que se reuniram com representantes do PT, PCdoB e PSOL, além de líderes de movimentos sociais para definir a data do evento.
Embora as manifestações estejam planejadas para todas as capitais, haverá um foco especial em São Paulo e Salvador. Líderes de esquerda que participaram das discussões destacaram o histórico de manifestações em São Paulo e a resposta obtida por Bolsonaro no último domingo.
Salvador, por sua vez, também foi escolhida por ser a maior cidade do Nordeste e um reduto eleitoral importante para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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Durante as manifestações, está programada a leitura de uma carta que defende a prisão de Bolsonaro e de seus aliados envolvidos na operação da Polícia Federal, de acordo com Rud Rafael, coordenador geral do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).
“A prisão de Bolsonaro precisa ser feita em decorrência das investigações. A gente quer que seja concluída o mais rápido possível. As provas já estão colocadas e a gente quer que haja o julgamento para que tenha a punição para ele e para todos que tiveram envolvimento com essa tentativa de golpe”, disse em entrevista ao Estadão logo após a reunião dos movimentos.
O ato foi marcado para 23 de março em memória aos 60 anos do Golpe Militar de 1964. Embora o golpe tenha ocorrido em 31 de março, as frentes de esquerda optaram por antecipar a data em uma semana devido ao feriado da Páscoa.
Além da prisão de Bolsonaro e dos demais investigados pela Polícia Federal, a manifestação abordará o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas. Os organizadores afirmam que os movimentos expressarão solidariedade ao povo palestino e exigirão o fim do conflito na região.