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Motociata de Bolsonaro em PE ocorreu de forma ordeira e pacífica

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Foto: reprodução

Em quase três horas, 70 mil motociclistas não provocaram nenhum tipo de incidente na versão pernambucana.

Por Magno Martins

A tropa de choque de Bolsonaro renovou a forma de fazer campanha de rua no País faltando ainda 13 meses para as eleições. Trata-se de um desfile diferente de uma gente em defesa de uma causa: a reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Eles chegam de todos os cantos do País. Fecham estradas desfilando em motos possantes, usam as cores verde e amarela. Na largada, lembram uma nuvem de morcegos em revoada. Considerado santuário eleitoral de Lula, o Nordeste se rendeu às motociatas bolsonaristas.

A do último sábado, no trecho entre Santa Cruz do Capibaribe, Toritama e Caruaru, que durante a semana é usada predominantemente por feirantes do maior polo de confecções do Nordeste, foi fenomenal, superou as demais realizadas em outras regiões do País. Segundo levantamento da Polícia, 50 mil aderiram ao evento, tendo como estrela o próprio presidente da República, candidato à reeleição, e apenas um ministro, o pernambucano Gilson Machado Neto, de Turismo, transportado por Bolsonaro em sua garupa.

Os organizadores, por sua vez, dão um plus. Calculam em mais 70 mil motociclistas. Se estiverem certos, superou a de Santa Catarina, a maior delas até então. Um evento desta magnitude assusta, dá calafrios até olhando na tela da TV. Mas há uma disciplina impressionante. Lembra eventos militares nos quais ninguém pode quebrar preceitos. Em quase três horas, 70 mil motociclistas não provocaram nenhum tipo de incidente na versão pernambucana.

Não houve, por exemplo, nenhuma agência bancária depredada, nenhum monumento queimado, nenhum patrimônio público pichado. Também não foi disparada nenhuma bala de borracha, muito menos jogado spray de pimenta na cara de ninguém. Homens, mulheres e crianças eram vistos em grupos dos mais diferentes municípios do Estado e até de outras regiões. Até do Sul foram vistos bolsonaristas fanáticos com sua bandeira verde e amarela.

Nunca algo aconteceu na história republicana. Em eleições que levaram milhares de pessoas às praças públicas, nada igual. Eis o fato novo. No processo de redemocratização do País, a campanha das diretas contaminou o coração dos brasileiros, encheu praças e avenidas, fez a juventude pintar seus rostos de verde e amarelo, mas nada que já não tivesse ocorrido antes no País. Comícios, carreatas e passeatas sempre existiram.

A página ainda inédita e aberta era a das motociatas, preenchida agora com o DNA bolsonarista. A campanha presidencial de 22 terá essa marca inovadora. Polarizando com Bolsonaro, Lula fará o quer em termos de inovação? Ninguém vai mais a comícios, antes só havia gente por causa das atrações musicais e não pelos candidatos. De agora em diante, os grandes atos da campanha de reeleição do presidente terão o controle absoluto dos idealizadores das motociatas. Longe, ocupando as estradas, o que se verá será o grande e assombrador “exército bolsonarista” pelas estradas do País.

Quem viver, verá!

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