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Morrer de fome ou enfrentar o coronavírus

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Por Diones Antonio

Vivemos um dos momentos mais crítico dos últimos anos, em decorrência da pandemia do CORONAVÍRUS, a qual está modificando as nossas vidas. No Brasil deixaram de discutir as melhores fórmulas para amenizar os sofrimentos dos infectados e soluções que evite o máximo possível de mortes por conta Covid-19. O que está sendo discutido hoje é quem está certo e quem está errado. O presidente da República e a maioria dos governadores, deixando o problema da saúde em segundo plano.

Não quero de forma nenhuma menosprezar a pandemia, porque perder uma pessoa da família não é fácil para ninguém, porém, enfrentar a pandemia é necessário ou a grande parte da população enfrentará; o desemprego, o desabastecimento, a violência, a depressão e a fome. No Brasil, 15 pessoas morrem de desnutrição todos os dias, 200 pessoas têm as suas vidas encerradas todos os dias por conta da violência e vários outros fatores que tiram milhares de vidas todos os dias no nosso país, portanto não quero alongar os números que são assustadores.

Os pernambucanos sabem como anda a saúde ofertada pelo Governo Estadual, isso não é segredo. Os hospitais vivem superlotados, os profissionais da saúde vivem angustiados por não ter como atender de forma digna a população, em virtude da escassez de materiais, estruturas precárias, falta de equipamentos e péssima remuneração. Todos esses aspectos fazem com que todos os dias dezenas de pernambucanos percam as suas vidas.

A Secretaria Estadual de Saúde confirmou, na manhã desta quinta-feira (26), mais duas mortes causadas pelo novo coronavírus no estado, subindo para três o número de óbitos pela Covid-19 em Pernambuco. Entre as mortes, está o canadense de 79 anos, que chegou ao Recife no dia 12 de março, no navio de cruzeiro Silver Shadow. Após passar mal, o turista que era ex-tabagista e possuía problema cardíaco, a segunda vítima é um homem de 69 anos, morador do Recife, hipertenso, a primeira morte causada pelo coronavírus, foi um idoso de 85 anos, tinha histórico de diabetes, hipertensão, além de cardiopatia isquêmica.

Será que essas pessoas morreriam de coronavírus se não tivesse esses outros problemas?

Um levantamento feito por técnicos da Secretaria Estadual de Saúde no Sistema de Informações sobre Mortalidade não deixa dúvida sobre a principal causa de óbitos em Pernambuco: doenças do coração. O ano de 2007, estatística mais recente do sistema, registrou 16.293 óbitos, sendo 8.353 (51,2%) homens e 7.940 mulheres (48,8%). Esse saldo supera com folga as outras maiores causas de falecimento, como o câncer (6 mil mortes), os homicídios (4.585) e os acidentes de trânsito (1.148), no mesmo período. Isso significa que, a cada dia, mais de 44 pessoas morrem em decorrência de infarto, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca e outras doenças relacionadas ao aparelho cardio-circulatório.

Esses dados deixam claro que infelizmente muitas pessoas morrem todos os dias em Pernambuco, a grande maioria são as pessoas do grupo de risco. Portanto, vamos continuar a perder nossos entes queridos. Essa esteira vai fazer com que outras patologias não tenham as atenções necessárias e mais pessoas irão morrer.

O intuito deste texto é tentar abrir os olhos dos senhores e senhoras para outro problema ainda maior que é a paralisação das atividades comerciais no Estado. O governador não consegue proporcionar uma saúde de qualidades com as arrecadações a todo vapor, imagine quando ele deixar de arrecadar.

Dizem os especialistas que essa pandemia passará quando 50% da população forem infectadas, os quais criaram imunidades após os anticorpos conseguirem combater o vírus.

Voltando ao fator econômico, justamente na hora que estava escrevendo esse texto chegou um senhor de mais de 60 anos, na minha residência, oferecido seus serviços, o qual relatou as dificuldades financeiras, como também ressaltou que estava ele trabalhando em outra localidade e foi abordado por um policial falando dos riscos que ele estava correndo em estar fora de casa. O senhor disse ao policial que infelizmente teria que está ali! Trabalhando, porque é necessário.

Hoje foi um senhor oferecendo serviços, amanhã ou depois serão pessoas nas nossas portas pedido comidas. O momento é de decidirmos, ou enfrentar o Coronavírus mantendo o isoladas as pessoas de grupo de risco ou muitos morreram de fome.

O comércio não funcionando, os Governos não arrecadam e consequentemente não conseguirão manter; os programas sociais, a saúde, a segurança pública, efetuar os pagamentos dos funcionários público e como também dos aposentados.

Não é momento para apontar o dedo um para o outro, a fim de encontrar o culpado, é hora de união. Claro que teremos baixa! Mas infelizmente toda guerra é assim! Deus nós abençoe.

*Professor, blogueiro e radialista em Trindade, no Sertão do Araripe

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