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Morre pai do forrozeiro Flávio Leandro, inspiração do sucesso Meu Pai

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O cantor de Bodocó escreveu texto emocionante em homenagem ao pai

Rádio Jornal / Imagem: YouTube

O compositor e cantor Flávio Leandro fez mais uma emocionante homenagem ao pai, seu Teté, que morreu aos 66 anos. Em vida, o senhor ganhou uma música do filho: a canção “Meu Pai” é um dos maiores sucessos do forrozeiro. Dessa vez, o artista escreveu um texto de despedida ao genitor, que lutou anos contra o alcoolismo. Confira na íntegra:

Terminou Tudo…

Meu pai foi um destemido!

Nunca o vi com medo de nada; nem da morte! Nesta, deu dribles nos últimos anos, que até a ciência duvidou.

Brincou de viver…

Brincou de ser pai, filho, esposo, irmão, trabalhador, empresário, viajante…

Brincou de brincar!

Levou muito a sério a bebida, sua fiel companheira de quarenta anos. Com esta, nos tirou um montão de carinho e abraços, mas, ao menos, nos mostrou que caminhos não deveríamos seguir.

Na lucidez nos mostrou o ser humano fantástico que a bebida escondera por muito tempo.

Na lucidez, nos reencontramos, em paz e em definitivo. Desta fase harmoniosa, nasceu a música: MEU PAI, poesia na qual fiz questão de dissecá-lo e mostrar ao mundo quão grandioso era o meu orgulho de tê-lo como genitor.

Em uma de suas brincadeiras de ser isso e aquilo, quis ser fabricante de queijos de manteiga. Apoiamos. Ficamos com a mão-de-obra e ele ficou responsável por gerir a fábrica e efetuar as vendas, bem como, ferrar cada queijo produzido com sua marca, um T maiúsculo, de Teté. Cada queijo um T. Foram muitos tês, e poucos resultados. A coisa desandou. Tivemos que fechar a fábrica. O último queijo que saiu da forma, recebeu dois tês. Minha mãe estranhou e perguntou o motivo da dupla de tê naquele queijo derradeiro, ao que meu pai respondeu sorridente: Terminou Tudo.

Ontem, com o ferro do existir, meu pai carimbou o último suspiro de sua vida com a marca terminal de sua ousadia. Sorriu, e partiu para o silêncio que há de nos unir no porvir.

Foram 66 rodadas, que poderiam ter sido 99, não fosse a intensidade com que quis brincar de viver…

Te amo, meu pai! Deus o tenha!

História de “Meu Pai”

Alcoólatra, seu Teté foi desafiado por Flávio Leandro a parar de beber. Se conseguisse, ganharia um música. E tudo foi feito como combinaram. O resultado foi a canção “Meu Pai”, que, entre outras coisas, diz: “Atrás desse bigode tem um homem bom. Debaixo do chapéu, tem um cabra decente.”

Ouça a música:

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