Terra
Eram 18h da última quinta-feira quando o então ministro Sérgio Moro andava em círculos, com o telefone celular grudado no ouvido, no seu gabinete no quarto andar do prédio da pasta da Justiça e Segurança Pública. Trancado ali ao longo da tarde, Moro recebia ligações de autoridades dos três Poderes da República, boa parte delas com “sugestões” e “conselhos” para que deixasse o governo – “um barco que estava afundando, mergulhado em investigações”, como descreveu um dos interlocutores.
O celular de Moro recebeu ligações dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). O ex-juiz da Lava Jato ainda conversou com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e colegas do primeiro escalão do governo de Jair Bolsonaro. Entre um telefonema e outro, Moro conversou ainda com amigos e a mulher, Rosângela, que há tempos vinha sugerindo a ele deixar o governo, conforme relataram pessoas próximas do ministro.