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Moraes impede viagem de Bolsonaro aos EUA para participar da posse de Trump

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Foto: reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta quinta (16) o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para recuperar o passaporte apreendido desde o ano passado.

Moraes seguiu a orientação da Procuradoria-Geral da República (PGR) para negar o pedido. A defesa de Bolsonaro requisitou o resgate para ele viajar aos Estados Unidos para participar da posse de Donald Trump na próxima segunda (20).

“O cenário que fundamentou a imposição de proibição de se ausentar do país, com entrega de passaportes, continua a indicar a possibilidade de tentativa de evasão do indiciado Jair Messias Bolsonaro, para se furtar à aplicação da lei penal, da mesma maneira como vem defendendo a fuga do país e o asilo no exterior para os diversos condenados com trânsito em julgado pelo plenário do Supremo Tribunal Federal em casos conexos à presente investigação e relacionados à ‘tentativa de Golpe de Estado e de Abolição violenta do Estado Democrático de Direito'”, escreveu Moraes (veja na íntegra).

Este é o quarto pedido feito pela defesa de Bolsonaro negado por Moraes, que alegou dessa vez que “não houve qualquer alteração fática que justifique a revogação da medida cautelar”.

“Diante do exposto, nos termos do art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, indefiro o requerimento da defesa de Jair Messias Bolsonaro. Intimem-se os advogados regularmente constituídos, inclusive por meios eletrônicos. Ciência à Procuradoria-Geral da República. Cumpra-se”, escreveu Moraes na decisão.

O magistrado seguiu afirmando que “permanecem, portanto, presentes os requisitos de ‘necessidade e adequação’ para manutenção das medidas cautelares impostas pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, uma vez que, as circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado demonstram a adequação da medida à gravidade dos crimes imputados e sua necessidade para aplicação da lei penal e efetividade da instrução criminal”.

Na quarta (15) ao orientar contra a devolução do passaporte, o procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, afirmou que Bolsonaro não apresentou fundamentos para comprovar que a viagem é urgente ou “imprescindível”.

“Não há, na exposição do pedido, evidência de que a jornada ao exterior acudiria a algum interesse vital do requerente, capaz de sobrelevar o interesse público que se opõe à saída do requerente do país”, escreveu Gonet. Além disso, o PGR considerou que Bolsonaro não ocupa função oficial para atuar como representante do Brasil no evento.

Ele acrescentou afirmando que “a situação descrita não revela necessidade básica, urgente e indeclinável, apta para excepcionar o comando de permanência no Brasil, deliberado por motivos de ordem pública”, acrescentou.

Bolsonaro teve o passaporte apreendido em fevereiro de 2024 durante a Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal. Na semana passada, a defesa pediu autorização a Moraes para que o ex-mandatário viaje aos Estados Unidos entre os dias 17 e 22 de janeiro. (Gazeta do Povo)

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