Segundo Mônica, o casal faz ‘Basicamente marketing político’
Diário do Poder / Foto: reprodução
A empresária Monica Moura, mulher do marqueteiro de campanhas eleitorais do PT João Santana, confessou ao juiz federal Sérgio Moro nesta terça-feira, 18, o uso de Caixa 2. No início do mês, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou as delações premiadas do marqueteiro, de sua mulher e do funcionário do casal André Reis Santana.
O magistrado questionou Monica se houve recebimento de pagamentos não contabilizados.
“Sim”, respondeu.
Moro perguntou a frequência.
“Frequente, Dr.. Todas as campanhas políticas que nós fizemos, todas da Polis e antes da Polis, quando eu era apenas uma funcionária de outras campanhas, de outros marqueteiros, sempre trabalhamos com caixa 2, com recursos não contabilizados, em todas as campanhas”, afirmou.
Monica Moura declarou que ela e João Santana trabalham juntos na Polis Propaganda, ‘que é nossa agência’, há 15 anos. “Nós somos casados, vivemos juntos há 18 anos.”
Segundo ela, o casal faz ‘Basicamente marketing político’.
“Fazemos apenas a comunicação de campanhas políticas”, declarou. “Cuido de toda parte operacional e financeira da empresa.”
João Santana, declarou, era responsável pela ‘parte criativa, estratégia política das campanhas, das comunicações’.
Moro quis saber se o marqueteiro tinha ciência da movimentação financeira.
“Tinha, tinha. Tudo o que eu fazia eu me reportava a ele, óbvio, como ele era meu chefe, apesar de sócio, ele era sócio majoritária e eu me reportava ele todas as decisões, ele sabia de tudo”, afirmou Monica.
“Recebiam também pagamentos contabilizados?”, perguntou Moro.
“Sim, sim, sempre”, respondeu Monica.
“No início, muito tempo atrás, a maioria era não contabilizado, porque isso era sempre uma exigência dos partidos, sempre, creio que não só para gente, acho que para todos os marqueteiros. Não acredito que exista um marqueteiro que trabalhe no Brasil fazendo campanha só com caixa 1, não acredito que exista, todos trabalham com caixa 2. Era uma exigência dos partidos que tivesse sempre a maior parte em caixa 2. Com tempo, ao longo dos anos, nós fomos conseguindo, eu e João, posso dizer que foi uma luta árdua e frequente, fomos conseguindo aumentar o percentual. Na última campanha, nós já tivemos um valor maior de caixa 1 do que de caixa 2. Foi aumentando ao longo do tempo o valor contabilizado.”
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