Blairo Maggi afastou os servidores envolvidos em um esquema investigado pela Operação Carne Fraca, deflagrada pela PF.
Estadão Conteúdo / Foto: Abr
O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki, disse nesta sexta-feira (17) que o governo determinou o afastamento de 33 servidores envolvidos em um esquema investigado pela Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal. As investigações mostram suspeitas de pagamento de propinas de frigoríficos a fiscais agropecuários federais. O afastamento foi determinado pelo ministro Blairo Maggi.
O governo vai instaurar procedimentos para apurar a conduta desses servidores. Segundo Novacki, alguns procedimentos já haviam sido abertos no passado, sobre o mesmo tema, mas ainda não foram concluídos. “Daremos todo suporte à Polícia Federal na busca de informações. Queremos acabar com qualquer situação de desvios no ministério”, afirmou.
Novacki disse ainda que os servidores afastados não representam a maioria do ministério, que conta com 11 mil funcionários, dos quais 2,3 mil trabalham na área de fiscalização. “Isso não representa de forma alguma a postura dos servidores de ministério, que, em sua grande maioria, são de boa índole.”
Três empresas já tiveram suas atividades suspensas nos municípios: uma unidade da BRF em Mineiros (BRF) e duas da Peccin, em Jaraguá do Sul e Curitiba. O secretário-executivo disse ainda que as suspeitas recaem sobre 21 estabelecimentos e 4 grupos empresariais, enquanto o universo de empresas fiscalizadas pelo ministério chega perto de 5 mil. “Não é um fato cotidiano. São fatos isolados, que não representam de modo algum a postura do ministério”, disse.
Novacki disse que a pasta está indignada e contrariada com as revelações da Operação Carne Fraca. “Situações como essa causam um dano à imagem”, afirmou. “O ministério vem realizando um belíssimo trabalho, voltado aos interesses do País. Somos referência no mundo.”
Novacki disse que as primeiras denúncias envolvendo a fiscalização do ministério ocorreram há quase 7 anos, dentro do próprio ministério. “As investigações começaram há dois anos e, hoje, culminaram em prisões e conduções coercitivas.”