Pasta recua da suspensão uma semana após determiná-la; decisão está ligada a caso de jovem que morreu em São Bernardo do Campo (SP) após imunização
O Ministério da Saúde recuou da decisão de suspender a vacinação de adolescentes entre 12 e 17 anos sem comorbidades, uma semana após determinar a parada da aplicação de doses da vacina da Pfizer, a única aprovada para a faixa etária, por considerar que era necessário investigar eventos adversos e que não havia provas de benefícios para a faixa etária. “Os benefícios da vacinação são maiores do que os eventuais riscos dos eventos adversos da sua aplicação”, disse. “Comparando tudo o que foi aplicado, mesmo com esses supostos erros de imunização, é um percentual muito baixo (…) então, hoje o ministério não suspende mais de forma cautelar a imunização em adolescentes sem comorbidades”, anunciou a pasta.
O Ministério havia citado como razão a ocorrência de 1,5 mil eventos adversos num total de 3,5 milhões de adolescentes que já haviam sido vacinados. O principal era a morte de uma adolescente de 16 anos de São Bernardo do Campos (SP), que faleceu oito dias após receber uma dose do imunizante da Pfizer. O caso foi investigado pela Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo e pela Anvisa, que concluíram que a jovem veio a óbito por conta de uma doença autoimune rara, a Púrpura Trombótica Trombocitopênica (PTT), e que não era possível estabelecer relação causal entre a doença e a vacina.