O Ministério da Justiça e Segurança Pública decidiu não renovar o uso da Força Nacional nas operações de busca pelos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN), que já chega ao 44º dia nesta quinta (28), segundo confirmou a pasta à Gazeta do Povo.
A renovação do emprego da Força Nacional, que tinha sido autorizada em 20 de março por um período de 10 dias, termina sexta (29). Segundo o ministério, a operação de busca agora entra em uma segunda fase, com foco em ações de inteligência.
De acordo com André Garcia, secretário Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), o foco agora será na investigação conduzida pela Polícia Federal, “mas com a permanência de forças locais, com intensa atuação das polícias Militar e Civil”.
O secretário afirmou ainda, segundo o ministério, que a Força Nacional Penal também seguirá em Mossoró para reforço da segurança na unidade prisional e apoio aos efetivos locais. “Seguimos no esforço concentrado para a recaptura”, disse.
O ministério informou, ainda, que as ações de inteligência ocorrem no âmbito da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), composta pelas polícias Federal, Civil, Rodoviária Federal (PRF), Militar (PM) e Penal. A PRF, inclusive, segue na cidade potiguar no apoio das operações de buscas, com reforço operacional.
Os fugitivos Deibson Nascimento e Rogério Mendonça escaparam da unidade de segurança máxima no dia 14 de fevereiro. Desde então, as operações de busca se concentraram nas áreas entre as cidades vizinhas de Mossoró e Baraúna.
A autorização para o uso da Força Nacional nas buscas foi concedida em 19 de fevereiro pelo Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. Um contingente de 100 homens e 20 viaturas foi deslocado para Mossoró para auxiliar nas operações.
As operações de busca mobilizaram helicópteros, drones, cães farejadores e outros equipamentos tecnológicos avançados, além de mais de 500 agentes posteriormente, incluindo efetivo da Força Nacional e equipes especiais da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.
A fuga dos detentos ocorreu durante a madrugada após eles abrirem um buraco atrás de uma luminária no presídio e cortarem duas cercas de arame utilizando ferramentas de uma obra em andamento na área.
Durante a fuga, os fugitivos invadiram três residências e fizeram uma família refém. Segundo investigações da Polícia Federal, o Comando Vermelho, a que eles pertenciam, pode ter ajudado a financiar a fuga, pagando R$ 5 mil ao proprietário de uma fazenda para que auxiliasse na ocultação dos foragidos em sua propriedade.
Esta foi a primeira fuga na história do sistema penitenciário federal criado em 2006, que inclui outras unidades em Brasília (DF), Catanduvas (PR), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO).