Em comunicado enviado a acionistas, o CEO da Marisa, João Pinheiro Nogueira Batista, anunciou o fechamento de 91 lojas. A medida faz parte do plano para recuperar a rentabilidade da empresa e a geração de caixa. Entre os motivos para a restruturação está o cenário macroeconômico desfavorável e a “concorrência desleal” dentro do setor de varejo. “Estamos acompanhando de perto a evolução das iniciativas do governo federal para o setor de varejo no Brasil, que objetivam coibir a concorrência desleal e reestabelecer a isonomia tributária”, afirma o comunicado. Pode se inferir que as importações feitas via e-commerce sem pagamento adequado de impostos e as altas taxas de juros têm prejudicado a gigante varejista. De acordo com a Marisa, 25 lojas já foram fechadas entre março e abril e as restantes serão encerradas ao longo de maio e junho. A rede de lojas também afirma que renegociou dívidas com 90% dos fornecedores e 65% dos proprietários de imóveis. Segundo os resultados do 1º trimestre de 2023, a empresa atualmente tem uma dívida líquida de cerca de R$ 461 milhões.
De acordo com o balanço, divulgado nesta terça-feira, 16, a receita líquida da operação no varejo apresentou leve aumento 1,3%, em comparação com o primeiro trimestre de 2022, o que se deve pelas vendas nas lojas físicas e pelo aumento do ticket médio, que cresceu 6,5% no trimestre. A Marisa também afirma que a receita líquida no varejo alcançou R$ 440,5 milhões, crescimento dirigido por melhores vendas nas lojas físicas “mesmo considerando o fechamento de 14 lojas nos 12 meses anteriores a Março de 2023”. Entretanto, a rede de lojas apresentou queda de 32,5% no faturamento das vendas online, obtendo uma receita bruta de R$ 43,1 milhões, no primeiro trimestre, desempenho inferior aos R$ 63,8 milhões do mesmo período do ano passado. No total do primeiro trimestre, foi registrado lucro líquido de R$ 148,9 milhões, aumento de 64,2% na comparação com o mesmo trimestre de 2022.