A Deputada Marília Arraes falou ao Blog do Nill Junior sobre a semana em que seu nome e a estratégia do PT em Pernambuco estiveram no olho do debate político.
Primeiro, pelos números da pesquisa do Instituto Opinião para o Blog do Magno que a colocaram liderando em praticamente todos os cenários em que seu nome foi colocado. De acordo com a pesquisa Marília teria 26,8% dos votos, três vezes a mais do que Raquel Lyra, que aparece em segundo lugar, com 9%, seguida de Anderson Ferreira com 7,4%. Geraldo Júlio vem em seguida, mas empatado, tecnicamente, com Miguel Coelho (MDB). Tem 6,7% e Miguel 5,6%. Em todas as simulações de segundo turno, inclusive contra o palaciano Geraldo Júlio (43,1% x 15,7%) é preferida do eleitor.
Mas o dado não é suficiente para o PT e especialmente o presidente Lula trabalharem o projeto Marília no estado. Em entrevista à Rádio Folha, Lula disse que constrói um diálogo com o PSB. “O fato do PT ter lançado a Marília na disputa contra o João Campos não demonstra que o PT e o PSB tenham que estar rompidos”, justificou.
Faltava ouvir o que Marília pensa disso. E para surpresa de muitos, a Deputada Federal não coloca seu espólio eleitoral como algo que lhe dê direito líquido e certo de disputa. Ao contrário, diz que a prioridade número um é a eleição de Lula.
“Normalmente não comento pesquisa. E estamos com um ano e meio de antecedência. Agradeço a todos que estão nessa expectativa, mas o meu projeto está diretamente ligado ao projeto do presidente Lula”. E foi ainda mais específica: “não adianta a gente estar com uma pessoa bem intencionada no governo e ter um presidente que não está ligando para cuidar da vida das pessoas e da diminuição das desigualdades. A gente precisa tirar primeiro Bolsonaro da presidência”.
A petista literalmente colocou seu futuro nas mãos de Lula. “Se ele quiser que eu seja candidata, se for importante para ele que a gente seja candidata aqui em Pernambuco, a gente vai ser. Se não, vou ser Deputada Federal com a mesma alegria”.
Marília entretanto minimizou a fala de Lula, ao colocar que a disputa em Recife entre ela e João Campos não pode ser problema para um alinhamento em 2022. “O Brasil é testemunha do baixo nível da campanha feita por meu adversário. No mais, acredito que estão superdimensionando a declaração que foi uma entre várias. Eu vi o presidente elogiar muito mais o presidente do que o PSB. A gente tem que pensar no Brasil e com certeza vai ter reflexo em Pernambuco. A gente tem que colaborar com esse projeto”.
O blog lembrou que em 2018, Marília não conseguiu ser candidata mesmo pontuando bem, pela aliança PT/PSB, que garantiu a eleição de Paulo Câmara no primeiro turno e que ano passado conseguiu ser candidata após embate interno e perdeu no segundo turno para João Campos. Ao ser questionada se, como em 2018, estaria disposta a abrir mãodo projeto estadual em nome dessa aliança, respondeu: “Eu não abriria mão porque não estou na estrada ainda. Estou cumprindo minhas obrigações como Deputada Federal, andando por Pernambuco e falando da minha atuação. Com isso a gente vai construindo uma base para em 2022 apoiar o presidente Lula, que aqui tem três vezes mais intenção de votos que Bolsonaro”.
E concluiu: É esse meu projeto, como falei. Estou a disposição do projeto do presidente Lula. Vamos sentar, discutir estrategicamente qual a melhor conduta aqui em Pernambuco”.
Paulo Câmara e João Campos: a Deputada disse não ver um fato novo que justifique fazer uma boa avaliação de Paulo Câmara. E que o tema mais recorrente nas andanças no Sertão é o das estradas. “Pernambuco tem que ter um plano de planejamento e recuperação das rodovias”.
Quando solicitada a fazer uma avaliação dos primeiros meses de João Campos em Recife, Marília evitou. “Não vou fazer nenhuma avaliação agora. Vai parecer revanchismo ou qualquer sentimento que não seja político ou racional. As pessoas podem interpretar errado”.