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Marcos Valério negocia delação na Lava-Jato

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Advogado do operador do mensalão diz que basta o MP acenar com benefícios.

Agência O Globo

RIO — Condenado a 37 anos por conta do mensalão, o operador Marcos Valério, que cumpre pena em Minas, negocia acordo de delação premiada com os procuradores da força-tarefa da Operação Lava-Jato. A informação foi dada neste domingo pelo jornal “O Estado de S.Paulo”. O advogado de Valério, Marcelo Leonardo, disse ao GLOBO que o operador já deu aval para que as negociações avancem.

— Estive em Curitiba para tratar de outros casos e os procuradores perguntaram se o Marcos Valério teria interesse em colaborar. Fui encontrá-lo em Belo Horizonte e ele disse que está disposto, desde que o Ministério Público faça um acordo com todos os benefícios que a lei da delação permite – explica Marcelo Leonardo, que não antecipa o que está sendo negociado: — Eu e os procuradores ficamos de voltar a nos encontrar talvez já na próxima semana.

A lei que trata sobre delação premiada, de agosto de 2013, permite que o acordo seja celebrado mesmo após a sentença: “Se a colaboração for posterior à sentença, a pena poderá ser reduzida até a metade ou será admitida a progressão de regime ainda que ausentes os requisitos objetivos”. Juristas ouvidos pelo GLOBO explicam que, desse modo, o Ministério Público, como titular da ação, pode ponderar se é melhor para o interesse público, por exemplo, o cumprimento da pena ou que o condenado conte o que sabe.

— Todo o núcleo político do mensalão já deixou a prisão. O Marcos Valério está em regime fechado e pode se beneficiar indo para o aberto ou semiaberto — lembra um jurista, que pediu para não ter o nome citado.

De acordo com o advogado, Valério, ainda em 2005, propôs um acordo ao MP, que não foi aceito. Anos depois, em 2012, voltou a acenar com a proposta.

— Ele entregou a lista com nomes e valores recebidos no esquema do mensalão. Foi a lista que a Procuradoria usou. Em setembro de 2012, Valério contou o esquema que envolvia (José Carlos) Bumlai, preso agora pela Lava-Jato — diz Marcelo Leonardo.

O pecuarista Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está preso desde novembro de 2015. Em depoimento à Polícia Federal, ele confessou que o empréstimo de R$ 12 milhões feito no Banco Schahin, em 2004, tinha como destinatário o PT. Disse ainda que dois ex-tesoureiros do partido, Delúbio Soares, também envolvido no mensalão, e João Vaccari Neto estavam envolvidos no negócio. 

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