Protestos vão servir de termômetro para Planalto e oposição definirem próximos passos no xadrez da crise política .
O Globo
A presidente Dilma Rousseff receberá, a partir das 17h, no Palácio da Alvorada, um grupo pequeno de ministros, entre eles Aloizio Mercadante (Casa Civil), Edinho Silva (Comunicação Social) e José Eduardo Cardozo (Justiça), para avaliar as manifestações pelo país. O ministro da Justiça está acompanhando o protesto de seu gabinete, na Esplanada dos Ministérios.
O Palácio do Planalto ainda não decidiu se haverá um pronunciamento oficial do governo sobre as manifestações. A decisão será tomada na reunião desta tarde. Uma análise mais detalhada do protesto será feita nesta segunda-feira na reunião de coordenação política.
O monitoramento feito pelo governo nas redes sociais indicava que as manifestações não seriam tão grandes como as de março, que levaram às ruas cerca de 2 milhões de pessoas em todo o país, mas superariam os protestos de abril. Também seriam protestos mais concentrados em algumas cidades, como São Paulo, Rio e Brasília.
PROTESTO É UM TERMÔMETRO PARA O PLANALTO
As manifestações foram impulsionadas pela crise econômica, pela convulsão política que toma conta de Brasília e, sobretudo, pelas denúncias de corrupção ligadas à Operação Lava-Jato. Grupos como o Movimento Brasil Livre (MBL), Revoltados OnLine e o Vemprarua.net mobilizaram as redes sociais nas últimas semanas para encher as ruas com brasileiros que estão descontentes com os rumos do governo federal.
As manifestações vão servir como termômetro para o Planalto e a oposição definirem os próximos passos no xadrez da crise política. Após uma semana em que o governo Dilma reagiu e obteve algumas vitórias, como o adiamento do julgamento pelo TCU das contas de Dilma e a reaproximação com o presidente do Senado, Renan Calheiros, a mobilização popular mostrará quem hoje está mais forte.