Segundo Osvaldo Coelho, a Univasf foi criada para servir aos habitantes do sertão. Mas depois do ENEM, as vagas passaram a ser ocupadas por estudantes do Centro Sul.
Por Roberto Gonçalves
O ex-deputado Osvaldo Coelho (DEM) enviou ofício ao ministro da Educação, Cid Gomes, pedindo que o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médico) não seja mais utilizado como instrumento de acesso à Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf).
Segundo ele, a Univasf foi criada para servir aos habitantes do Vale do São Francisco. Mas quando passou a utilizar o ENEM como critério de acesso a maioria das vagas passou a ser ocupadas por estudantes do Centro Sul.
“No curso de Medicina, por exemplo, quase 100% das vagas são ocupadas por estudantes do Sudeste”, disse o ex-deputado.
Veja a íntegra do ofício, que foi enviado em janeiro passado:
Excelentíssimo Senhor
CID GOMES
Ministro de Estado da Educação
Assunto: O Enem e o Ensino no Semiárido
Senhor Ministro,
O ensino no semiárido merece um novo tratamento. O Enem não cabe no semiárido. A Universidade Federal do Vale do São Francisco foi criada para servir os habitantes do Vale. Hoje, as vagas são ocupadas pelos estudantes do Centro Sul. No curso de Medicina, por exemplo, quase 100% das vagas são ocupadas estudantes do Sudeste.
Muitas universidades federais não adotaram o Enem, nem por inteiro, e às vezes, parcialmente. O que ocorre na Univasf é errado. Ao Ministério da Educação, cabe uma intervenção reparadora.
No semiárido, os cursos profissionalizantes devem ser financiados para os estudantes de baixa renda entrarem na universidade e no Sistema IF-PE, com garantia de moradia, transporte e material escolar. Salvo melhor juízo, se não forem tomadas essas medidas, o semiárido continuará estagnado. Isto ninguém suporta mais.
Atenciosamente,
Osvaldo Coelho.