Rodrigo Maia tem a prerrogativa de incluir o assunto na pauta de discussão dos deputados, mas só vai colocar se for para ganhar
Por Tiago Muniz/Jovem Pan
O presidente da Câmara continua contando votos junto com o governo e resiste em apontar uma data precisa para a votação da reforma da Previdência. Rodrigo Maia (DEM-RJ) falou mais uma vez sobre o tema antes de evento realizado na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) nesta segunda-feira (11).
Na semana passada, o presidente da República, Michel Temer, disse esperar que a mudança nas aposentadorias seja aprovada entre os dias 18 e 19 de dezembro. Rodrigo Maia tem a prerrogativa de incluir o assunto na pauta de discussão dos deputados, mas só vai colocar se for para ganhar.
“Eu não vou pautar uma matéria dessas se a gente não tiver muita clareza de que a gente tem mais de 308 votos. Não é bom para o parlamento e muito menos para o Brasil ter uma votação com resultado ruim. Até porque se a expectativa for de derrota, o resultado ainda será pior do que aquele projetado antes da votação”, afirma.
Ainda sobre a reforma, o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência considera importantes as declarações do novo presidente do PSDB, Geraldo Alckmin, sobre o tema. Moreira Franco participou de debate promovido pelo jornal O Estado de S.Paulo, também na capital paulista. Ele fala que um apoio dos tucanos à mudança das aposentadorias é coerente com a origem do partido.
“Quando o Alckmin assume a presidência do partido e diz que é a favor da reforma da previdência e que o PSDB deve caminhar nessa direção, ele está afirmando um compromisso com a fotografia de origem do próprio partido”, diz o ministro.
Apesar do apoio pessoal de Geraldo Alckmin à reforma da previdência, o PSDB até agora não entrou em acordo sobre fechamento de questão e nem o DEM de Rodrigo Maia. Até agora, apenas PMDB, PPS e PTB definiram que vão votar favoravelmente à mudança nas aposentadorias.
Quando um partido fecha questão sobre um tema, o parlamentar que votar de maneira contrária fica sujeito a punições dentro da sigla. A Reforma da Previdência é uma mudança constitucional, que exige 308 votos na Câmara dos Deputados para ser aprovada.
