Após assumir a presidência da República no dia 1º de janeiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá de cobrar do governo da Venezuela uma dívida de US$ 1,14 bilhão de dólares, ou R$ 6 bilhões ao câmbio atual.
O valor vem sendo cobrado pelo governo brasileiro a cada três meses pelo menos desde 2020, sem nenhum sucesso. As informações são da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo.
A dívida vem do período em que Lula e Dilma Rousseff (PT) presidiram o País e refere-se, principalmente, a um empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para obras e serviços prestados por empreiteiras brasileiras.
Além disso, também estão inclusas no valor obras de empreiteiras como Odebrecht e Andrade Gutierrez, além de contratos com a Embraer e o grupo JBS.
Os créditos foram concedidos por meio do mecanismo de Convênio de Créditos Recíproco, que permite a países latinoamericanos possibilidade de que empresas ofereçam serviços pelo continente.
Assim, se uma empresa for contratada para construir na Venezuela, mas não receber o pagamento, o Brasil tem que arcar com o prejuído e depois cobrar a dívida.
Por isso, a cada três meses, a Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia envia uma carta de cobrança à representação da Venezuela no Brasil, que hoje é exercida por uma embaixadora indicada pelo opositor de Maduro, Juan Guaidó, Maria Teresa Belandria.
Belandria é reconhecida oficialmente pelo atual governo como representante do país vizinho. A colunista teve acesso à última carta recebida por ela no dia 21 de novembro, onde consta a soma de US$ 1,114.502.940,35.
No documento, o secretário-executivo adjunto da Câmara de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Leonardo Diniz, destaca que “a manutenção dos atrasos, além de acarretar a cobrança de juros de mora e de punições contratualmente previstas, impede a concessão de novos créditos públicos ao país e nos compele a reportar a situação aos foros multilaterais competentes”.
Entre as obras pagas pelo estado brasileiro na Venezuela estão as três linhas do metrô de Caracas e uma do metrô de Los Teques. Os serviços foram deixados incompletos pela Odebrecht. (O Globo)