Neste domingo, a Folha trouxe uma pesquisa Datafolha que revela a opinião dos brasileiros a respeito.
Por: Reinaldo Azevedo
Lula, como se viu na festa do aniversário do PT, está nervoso. Está querendo puxar briga. Já escrevi aqui e falei em muitos outros lugares: uma das condenações com que o Poderoso Chefão não contava já aconteceu: a do povo. Caiu o mito. Não tem retorno. Ele ainda pode vir a se enroscar, sim, na esfera criminal. Mas a primeira parte da prestação de contas já está em curso.
Por generosidade da Operação Lava Jato — e põe generosidade nisto! —, Lula não é investigado em inquérito nem em casos em que seu nome está no centro de delações. Vejam o exemplo do empréstimo do grupo Schahin ao PT. Entender, no entanto, as tramoias do petrolão é coisa difícil. Mas todo mundo entendeu a história do tríplex. Todo mundo entendeu a história do sítio. Quanto mais Lula explica, mais ele se afasta do universo daqueles que confiavam nele. Ou alguém acha razoável que um ex-sindicalista como Jacó Bittar dê a Lula, de presente, um sítio, que será, depois, repaginado por empreiteiras?
Esse não é o universo do povo pobre, do qual Lula se queria e se dizia representante. E, em certa medida, chegou a ser mesmo. Mas é claro que a coisa foge ao razoável.
Neste domingo, a Folha trouxe uma pesquisa Datafolha que revela a opinião dos brasileiros a respeito. Entre os ouvidos, 62% acham que as empreiteiras beneficiaram Lula no caso do apartamento (58% acreditam ter sido uma relação de troca) e 57% no do sítio (para 55%, com troca de favores). Nos dois casos, só 13% acreditam que Lula não foi beneficiado pelas empresas.
O povo julgou e condenou Lula. Por ampla maioria.