Por Willian Waack / CNN
Ganhou ar de emergência e até de razão de Estado a busca do governo Lula 3 por baixar os preços dos alimentos. Eles vêm subindo mais do que a inflação — que estourou a meta — pelo menos desde a metade do ano passado. Com o agravante de que a inflação de alimentos tem proporcionalmente um impacto muito mais alto no orçamento dos mais pobres. E um efeito devastador na popularidade de governantes.
O governo se encontra agora atarantado para entender o que aconteceu e para tentar consertar, ao menos um pouco, a desagradável situação. A subida dos preços dos alimentos tem várias causas envolvidas — entre elas fatores de mercado interno e externos, o custo Brasil e políticas públicas. Leia-se a questão fiscal: todo governo que é contumaz em gastar mais do que arrecada acaba provocando inflação. Seria tudo ainda pior não fosse a revolução agrícola brasileira, representada pelo extraordinário aumento de produtividade do agro. Mas ele, sozinho, não resolve. E Lula quer logo alguma coisa para anunciar que barateou a comida do brasileiro. Algo que gere um bom marketing político.
Não está fácil. As tais forças de mercado continuam pressionando preços de carnes, café e açúcar. Ou seja, o governo não controla os preços das commodities agrícolas. Que dependem muito também das taxas de câmbio. E oscilam para cima com a forte demanda ajudada pelo impulso da política fiscal do Lula 3. Ela foi plantada lá atrás. Parte da colheita é inflação, também de alimentos. Assista vídeo: