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Lula adia apresentação do projeto que substituirá teto de gastos para abril

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Foto: reprodução

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, decidiu adiar a apresentação do novo arcabouço fiscal do governo federal que vai substituir o teto de gastos. Em entrevista realizada nesta terça-feira, 21, Lula ponderou que seria melhor esperar até depois da viagem programada para a China, que contará com a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A ida ao país asiático está programada para este sábado, 25. “Por que não pode ser antes? Nós embarcamos sábado, Haddad não pode comunicar isso aí. Seria estranho, eu anuncio e vou embora. Haddad tem que anunciar e ficar aqui para responder, debater, dar entrevista, falar com o sistema financeiro, com a Câmara dos Deputados, Senado, outros ministros”, argumentou Lula, durante entrevista ao Brasil 247.

A decisão contraria a expectativa de setores políticos que o texto fosse divulgado ainda em março. Contudo, o presidente garantiu que o projeto está maduro, mas indicou a necessidade de atenção para destinar os recursos necessários para investimentos, saúde e educação. “É preciso discutir um pouco mais. A gente não tem que ter a pressa que algumas pessoas do setor financeiro querem”, afirmou. Lula confirmou que o arcabouço será implementado e que deseja mostra ao mundo a responsabilidade do Brasil com as contas públicas.

O presidente ainda voltou a criticar o Banco Central e a taxa de juros adotada pela autoridade monetária. “Eu vou continuar batendo, eu vou continuar tentando brigar para que a gente possa reduzir a taxa de juros, para que a economia possa ter investimento”, garantiu. A fala ocorre na mesma semana em que o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para definir os rumos da taxa Selic, atualmente em 13,75% ao ano. “Uma coisa que eu acho absurda é a taxa de juros estar a 13,75%, num momento em que a gente tem o juro mais alto do mundo, num momento em que não existe uma crise de demanda, não existe excesso de demanda”, disse o presidente. Lula criticou diretamente Roberto Campos Neto, que preside a instituição, e reforçou a vontade de tirá-lo do cargo. “Só quem concorda com juros altos é o sistema financeiro, que sobrevive e vive disso e ganha muito dinheiro com especulações”, afirmou.

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