PMDB decide não blindar o presidente da Câmara, prioridade da legenda é investir em candidatura própria em 2018.
Agência O Globo
Cobrados pela aliança informal com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para encaminhar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, depois da divulgação dos extratos de contas na Suíça, neste sábado, os líderes da oposição se viram obrigados a dar uma satisfação à opinião pública e divulgaram nota defendendo o seu licenciamento do cargo de presidente da Casa. Apesar da nova postura, eles continuam articulando com Cunha e esperam que ele defira o pedido de impeachment antes de qualquer decisão sobre o afastamento. Assinaram a nota os líderes de PSDB, SD, DEM, PSB, PPS e Minoria na Câmara. Mas Cunha reafirmou que cumprirá seu mandato de dois anos, sem se afastar.
“Sobre as denúncias contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, noticiadas pela imprensa, os líderes Carlos Sampaio, Arthur Maia, Fernando Bezerra Filho, Mendonça Filho, Rubens Bueno e Bruno Araújo, respectivamente do PSDB, Solidariedade, PSB, DEM, PPS e Minoria, entendem que ele deve afastar-se do cargo, até mesmo para que possa exercer, de forma adequada, o seu direito constitucional à ampla defesa”, diz a nota da oposição.
A prioridade da cúpula do PMDB, partido do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, não é travar uma guerra pela manutenção do mandato da presidente Dilma Rousseff. A estratégia da cúpula do PMDB para contornar o estrago do caso Eduardo Cunha passa primeiro pelo interesses do partido, “depois os interesses do governo”, segundo dirigentes da sigla. A prioridade é buscar acabar com o racha provocado pelas negociações da reforma ministerial, de olho nas eleições municipais no que vem e no projeto de candidatura própria à presidência em 2018. Isso significa que partido não vai expulsar ninguém, sem uma decisão da Justiça ou do Conselho de Ética. Ao contrário, vai concentrar esforços para unir as bancadas da Câmara e do Senado, sem esquecer dos 27 diretórios regionais.