POr Magno Martins
Uma postagem nas redes sociais do ex-deputado Danilo Cabral chamou a atenção do mundo político hoje. Ele publicou uma foto de fevereiro do ano passado ao lado do prefeito João Campos, do ex-governador Paulo Câmara e do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, no dia em que foi batido o martelo de que ele concorreria ao governo de Pernambuco pela Frente Popular.
“Abri mão de uma reeleição muito provável para o quarto mandato de deputado federal para disputar uma das eleições mais difíceis da história da Frente Popular”, lembrou na legenda que acompanha a imagem. Danilo foi convocado para ser candidato após desistência do ex-prefeito Geraldo Julio devido às denúncias e confusões de sua gestão no Recife e pela briga com Paulo Câmara.
Passados quatro meses da eleição, o que se comenta nos bastidores é que as principais lideranças do PSB abandonaram Danilo à própria sorte, mesmo depois de convocá-lo para cumprir a missão de concorrer a governador, enfrentando os desgastes de 16 anos do partido à frente do estado e os altos índices de rejeição de Paulo Câmara.
O resultado da eleição todos nós sabemos: Danilo ficou em quarto lugar, com 895 mil votos (18%). Mas a avaliação geral é de que saiu maior do que entrou. Fez uma campanha para cima, com propostas para o estado e, até às vésperas do primeiro turno, tinha chance real de avançar na disputa.
Mesmo reconhecendo o trabalho de Danilo, seus aliados no PSB o esqueceram. Até agora, não trabalharam por ele para compor, por exemplo, o Governo Lula. A mesma prática que adotaram com Paulo Câmara. Eram conhecidas as chances de Lula convidar o ex-governador para o primeiro escalão da Esplanada dos Ministérios, mas os socialistas trabalharam contra ele, tirando a possibilidade de Pernambuco contar com mais espaço no governo federal.
Fez-se um acordo para que Márcio França, de São Paulo, ficasse com a pasta dos Portos e Tadeu Alencar ocupasse uma secretaria no Ministério da Justiça. Esse foi o espaço que coube ao PSB pernambucano na estrutura do novo governo. Milton Coelho, correndo em faixa própria, foi indicado para uma secretaria no Ministério da Indústria e Comércio.
Danilo, de forma elegante, mostrou aos seus eleitores e aos “aliados” a insatisfação com o partido que, segundo ele sempre lembrou, integra há 30 anos. O Governo Lula ainda não encerrou a ocupação dos cargos – há espaços no segundo escalão ainda em aberto. Sabe-se que o partido busca mais espaços. A bancada federal socialista, por exemplo, briga pela Codevasf. A pergunta é quem será o indicado da preferência das principais lideranças do PSB, como o prefeito do Recife, João Campos.