Sem saber acusação, Dilma se apressou para defender o ex-chefe.
Claudio Humberto / Jornal do Commercio
A presidente Dilma Rousseff saiu em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que não existem provas contra ele na 22ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada pela Policia Federal nesta quarta-feira (27).
Quando foi questionada sobre a Lava Jato estar se aproximando de Lula, alegou que “ao contrário do mundo medieval, o ônus da prova cabe a quem acusa”. E se recusou a responder se o ex-presidente seria alvo da Lava Jato, “pergunta desse tipo porque se levantam acusações, insinuações e não me dizem por que, quando, como, onde e a troco do quê”.
Dilma criticou o vazamento das informações, afirmando que isso é “extremamente incorreto” e completou, “ se alguém falasse a respeito de qualquer um de nós aqui, que a nova fase da Lava Jato levanta suspeitas sobre você não soubesse do que é suspeita, como é que é suspeita e de onde vem a suspeita, você não acharia extremamente incorreto, do ponto de vista do respeito?”
Fazendo uma alusão a Revolução Francesa, “acho que foi a partir da Revolução Francesa, se não me engano, foi com Napoleão, a culpabilidade, ao contrário do mundo medieval, o ônus da prova é de quem acusa”.
Declarou que o inquérito e as investigações existem para apurar os fatos, e não para vazar informações ainda sob análise, “antes você provava? Eu dizia que você era culpado e você lutava comigo. Se você perdesse, você era culpado. Então, houve um grande avanço no mundo civilizado a partir de todas as lutas democráticas”.
A respeito da Lava Jato prejudicar a economia, Dilma foi taxativa, “eu não vou responder. Sinto muito. O FMI acha. Eu acho que vocês devem perguntar ao FMI”.
As declarações foram dadas em Quito, onde Dilma participa da IV Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).