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Justiça solta presidente da Fiepe e mais presos na Operação Fantoche, que investiga corrupção em contratos do Sistema S

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  • Ricardo Essinger – presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe)

Por Pedro Alves, G1 PE

A Justiça Federal soltou cinco dos dez presos na operação Operação Fantoche, da Polícia Federal (PF), que investiga um esquema de corrupção envolvendo contratos com o Ministério do Turismo (MTur) e entidades do Sistema S, entre elas o Sesi. Um dos presos foi liberado após audiência de custódia no Recife e outros quatro, em Brasília.

A informação foi repassada na noite desta terça-feira (19) pela Justiça Federal em Pernambuco (JFPE). Ainda segundo o tribunal, outras pessoas ainda podem ser soltas, já que as audiências de custódia seguem acontecendo.

Robson Braga de Andrade, presidente da CNI, foi um dos alvos da Operação Fantoche soltos após audiência de custódia — Foto: Thiago Rios Gomes/Divulgação

Robson Braga de Andrade, presidente da CNI, foi um dos alvos da Operação Fantoche soltos após audiência de custódia — Foto: Thiago Rios Gomes/Divulgação

Foram soltos, até a publicação desta reportagem:

  • Robson Braga de Andrade – presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI);
  • Ricardo Essinger – presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe);
  • Francisco de Assis Benevides Gadelha – conhecido como Buega Gadelha, é presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep) e um dos vice-presidentes da CNI;
  • José Carlos Lyra de Andrade – presidente da Federação das Indústrias de Alagoas (Fiea);
  • Hebron Costa Cruz de Oliveira – advogado e presidente do Instituto Origami.

De acordo com a Justiça Federal em Pernambuco, eles foram soltos porque já foram ouvidos e não havia mais diligências.

Entenda o caso

A investigação aponta que um grupo de empresas, sob o controle de uma mesma família, vem executando contratos desde 2002 por meio de convênios tanto com o ministério quanto com o Sesi. Eles receberam mais de R$ 400 milhões por esses serviços.

Pela manhã, o delegado federal Renato Madsen, da PF, afirmou que os alvos da Operação Fantoche são investigados pela criação de empresas de fachada. Segundo ele, os empresários teriam criado empresas sem fins lucrativos para dificultar a investigação do Tribunal de Contas da União (TCU).

De acordo com a PF, a investigação começou em 2014, a partir de uma empresa que recebia grande parte dos recursos para eventos culturais. Os valores, segundo Madsen, estavam superfaturados. A polícia também identificou que o dinheiro não era destinado totalmente a produções culturais.

Um dos eventos que foram alvo da operação foi o festival Bonecos do Mundo, realizado pelo Sesi e idealizado por Lina Rosa Gomes. Esse foi o motivo para o nome da operação.

Alvos de prisão da Operação Fantoche, os irmãos Lina Rosa, Luiz Otávio e Luiz Antônio Gomes Vieira da Silva são sócios da Aliança Comunicação. Segundo o advogado Ademar Rigueira, que os representa, a defesa acha “estranho” o pedido de prisão. Ele disse que vai provar que não houve ilegalidade nas ações.

De acordo com a investigação, a Aliança é a principal empresa beneficiada com os supostos desvios e teria celebrado vários contratos com o Sesi para desenvolver uma série de projetos culturais, como o Cine Sesi Cultural, o mais antigo em execução (desde 2002), Na Ponta da Língua e o projeto Relix. Mais de dez projetos são investigados.

A Aliança é, também, a empresa responsável pela realização do São João de Campina Grande (PB) desde 2017, por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP). O contrato para a festa de 2019 foi renovado e as primeiras atrações foram anunciadas.

Foram cumpridos, ainda, outros 47 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, Pernambuco, São Paulo, Paraíba, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Alagoas. Segundo a PF, é investigada a prática de crimes contra a administração pública, fraudes licitatórias, associação criminosa e lavagem de ativos.

Entre os alvos dos mandados estão a Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea), a Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep), a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), as empresas Ateliê Produções Artísticas, Alto Impacto Produções e o Instituto Origami, além do Sistema Fecomércio/Senac/Sesc em Pernambuco.

A operação conta com o apoio de auditores do Tribunal de Contas da União. A 4ª Vara Federal da Seção Judiciária de Pernambuco ainda autorizou o sequestro e bloqueio de bens e valores dos investigados.

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