Por Magno Martins
Na bancada federal, em alguns segmentos partidários da Assembleia Legislativa e entre boa parte dos prefeitos eleitos há quem desconfie da disposição do prefeito reeleito do Recife, João Campos (PSB), de largar o poder municipal em abril de 2026 para enfrentar a governadora Raquel Lyra (PSDB).
Argumentam que a tucana, com os cofres recheados de dinheiro, tem pela frente um cenário favorável de recuperação da sua imagem, hoje em baixa. Dizem ainda que João, da escola do pai, o ex-governador Eduardo Campos, que não dava murro em faca, não deixaria o certo pelo duvidoso.
E mais: sendo bastante jovem, teria pela frente muito mais chance de vir a disputar o Governo do Estado, num cenário de céu de brigadeiro. Os argumentos são fortes e têm lógica, mas pela forma como João está formatando o Secretariado, abrindo espaços para todos os partidos, sinaliza que está com coragem e disposto a duelar com Raquel.
Abriu o Governo para o União Brasil, hoje dividido entre as correntes dos Coelho e do deputado federal Mendonça Filho, ao MDB, nas mãos hoje de três grupos – o de Raul Henry, escolhido secretário de Articulação Institucional, do senador Fernando Dueire e também do deputado estadual Jarbas Filho, e do prefeito de Vitória de Santo Antão, Paulo Roberto, pai da deputada federal Iza Arruda.
Hoje, após as celebrações natalinas, João deve definir o latifúndio eleitoral do PT em sua gestão, de outros partidos aliados, como o PV, incluindo o seu PSB, que elegeu a maior bancada na Câmara. São equações difíceis, mas solucionáveis em razão da sua capacidade de convencimento e de quebrar arestas, algo muito natural na formação de uma equipe.