O papa Francisco fez críticas a Israel neste sábado (21), e o Ministério das Relações Exteriores israelense respondeu acusando o pontífice de adotar um comportamento de “dois pesos, duas medidas”.
Segundo informações das agências Reuters e France-Presse (AFP), Francisco fez os comentários durante uma audiência com membros do governo da Santa Sé, no Vaticano.
“Ontem eles não permitiram que o patriarca [de Jerusalém] entrasse em Gaza como prometido. Ontem crianças foram bombardeadas. Isso é crueldade, isso não é guerra”, disse o papa. “Quero falar sobre isso porque toca meu coração.”
A fala do papa é uma referência a um episódio de sexta-feira (20), quando a agência de resgate da Faixa de Gaza afirmou que um ataque aéreo israelense teria matado dez membros de uma mesma família no norte do enclave palestino, incluindo sete crianças.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores de Israel pediu um “basta de dois pesos, duas medidas e de acusar o Estado judeu e o seu povo”.
“As observações do papa são particularmente decepcionantes, pois estão desconectadas do contexto verdadeiro e factual da luta de Israel contra o terrorismo jihadista — uma guerra em várias frentes que foi provocada a partir de 7 de outubro [de 2023]”, apontou a declaração, citando os ataques do Hamas em Israel que desencadearam a atual guerra em Gaza.
Na ocasião, o grupo terrorista matou 1,2 mil pessoas e sequestrou outras 251, das quais cerca de cem permanecem em cativeiro em Gaza.
“Crueldade é terroristas se escondendo atrás de crianças enquanto tentam assassinar crianças israelenses; crueldade é terroristas manterem cem reféns durante 442 dias, incluindo um bebê e crianças, e agredi-los”, acrescentou a chancelaria de Israel. “Infelizmente, o papa optou por ignorar tudo isso.”