Neto do ex-governador Miguel Arraes e filho de Ana Arraes, ministra do TCU, Antônio Campos dispara contra a viúva de Eduardo: ‘Ela finge não mandar, mas fica mandando nos bastidores’
Ricardo Labastier-JC Imagem / Foto: reprodução
Derrotado na eleição para prefeito de Olinda, o advogado Antônio Campos (PSB), irmão de Eduardo Campos, convocou uma coletiva de imprensa nesta terça-feira e disparou contra dirigentes do partido, entre eles o governador Paulo Câmara e o prefeito reeleito do Recife, Geraldo Julio. As críticas mais duras foram direcionadas a Renata Campos, viúva do ex-governador.
“Não é só doutora Renata Andrade Lima Campos que tem autoridade para falar sobre essa família não. A questão de Renata é que ela não admite nada na vida que não seja Andrade Lima. Qualquer assunto que não seja (Andrade Lima) ela tem dificuldade de conviver. Ela foi contra a candidatura de minha mãe à deputada federal”, disse, referindo-se à Ana Arraes, hoje ministra do Tribunal de Contas da União (TCU).
De acordo com Antônio Campos, Ana Arraes só saiu candidata porque Eduardo Campos defendeu a mãe. “Ela (Renata) acha que uma outra força que possa sugir na família pode fazer sombra a João Campos”, reclamou.
Ainda segundo o irmão de Eduardo, Renata Campos tem poderes maiores do que deveria em Pernambuco. “A influência de Renata é grande. Ela finge não mandar, numa pretensa imagem de frágil enquanto ela fica mandando nos bastidores. Tentei conversar com ela. Minha mãe fez um apelo de união da família e ela não atendeu. Então, cabe a gente explicitar as nossas diferenças”, afirmou.
O governador Paulo Câmara, que é vice-presidente nacional do PSB, foi bastante citado na entrevista. “Acho que há um núcleo em volta do governador que esquece que mais importante que ter um projeto de poder é ter um projeto político. Estranho o fortalecimento de André de Paula (ex-secretário estadual e hoje deputado federal pelo PSD), que tem mais de 15 prefeituras e manda em uma parte significativa deste estado. Prestigiam um antigo adversário nosso, esmagando companheiros nossos, com apoio do governador Paulo Câmara. Esse não é o campo dos Arraes e dos Campos. É um campo de uma política que quer utilizar a grife de uma família para fazer um projeto de poder e eu vim aqui resistir porque essa grife não vai ser utilizada assim não”, enfatizou.
Nas críticas, o irmão de Eduardo Campos declarou que era monitorado pelo Casa Militar, ligada diretamente ao Palácio do Campo das Princesas. No início da noite desta terça, a assessoria de comunicação do governo estadual divulgou uma nota em que afirma ser “completamente improcedente a declaração do candidato a prefeito de Olinda Antônio Campos de que ele teria sido ‘acompanhado”’pela ‘segunda seção’ da Casa Militar”.
No texto, a Casa Militar assegura que “não se envolve em processos eleitorais. Nem em Olinda e nem em nenhum outro município do Estado”. A nota termina com a declaração de que a “Casa Militar é uma instituição de Estado, respeitada e com uma larga folha de serviços prestados a Pernambuco, justamente por atuar respeitando os limites legais e suas prerrogativas constitucionais”.