Até pouco tempo, o IPCA estava acima dos 10%, mas preços seguem em trajetória de desaceleração para o final do ano
Economistas ouvidos pela Jovem Pan News apostam em uma taxa de inflação abaixo de 6%, em 2022, cada vez mais parto do teto da meta. O Governo Federal fixou um teto de 5%, mas o centro desse compromisso é de 3,5%. A margem de tolerância é de 1,5% para cima, ou para baixo. Até pouco tempo, o IPCA, que é a inflação oficial do país, estava acima dos 10%, mas os preços atualmente estão em trajetória de desaceleração. O Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, 19, aposta em uma trajetória de inflação de 6% para este ano. Na semana anterior, os analistas de mercado estimavam uma inflação em 6,4%. O professor do Ibmec e economista Gilberto Braga destacou em entrevista que há vários fatores por trás dessa perspectiva de inflação mais baixa, como a previsão de possibilidade de uma recessão e crescimento muito baixo dos países ricos do hemisfério norte no segundo semestre de 2022: “O preço lá fora continua caindo por conta das revisões de previsão de um crescimento menor da economia global e isso tem pressionado para baixo os preços do barril de petróleo. Esse alinhamento continua na política interna, espelhando uma redução no preço da gasolina. Assim como no passado, quando aumentou lá fora e o preço aumentou aqui. Agora, o preço diminui lá fora e tem que cair aqui”.
O economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre), André Braz, ressaltou que outros dois fatores contribuem para a desaceleração da inflação no país: a redução dos preços dos combustíveis e a renúncia fiscal (como o teto do ICMS). O especialista já aposta em uma inflação oficial de 5,7% neste ano: “Esse é um número muito diferente daquele que estimávamos este ano, há dois ou três meses atrás, quando a expectativa já se aproximava de 9% de inflação para 2022. A renúncia do ICMS e a redução no preço de grandes commodities ajudam a diminuir a tensão inflacionária no curto prazo”. O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem reforçado que, pela primeira vez na história, o PIB brasileiro será maior do que a média dos países do G7 e a inflação ficará mais baixa do que a dos países considerados os mais ricos do planeta.