Grupos criminosos ‘usurpam’ a causa indígena para invadir propriedades
O extremo sul da Bahia segue sendo um cenário de terror em matéria de invasões de terras, extorsão e violência contra produtores rurais, segundo afirmou ao Diário do Poder o presidente da Associação do Agronegócio do Extremo Sul da Bahia (Agronex), Matheus Bonfim.
Entre as 200 fazendas cadastradas pela associação, 40 permanecem invadidas e 20 sob constantes ameaças, de acordo com as declarações do representante, que no último mês denunciou ao DP o avanço de grupos invasores sobre o interior do estado baiano.
A região onde teria se instalado ‘uma indústria de invasões’ abarca os municípios de Alcobaça, Caravelas, Ibirapuã, Itamaraju, Itanhém, Jucuruçu, Lajedão, Medeiros Neto, Mucuri, Nova Viçosa, Prado, Teixeira de Freitas e Vereda.
“A grande complicação da região é que grupos criminosos estão comandando as aldeias indígenas e estão fazendo disso um negócio”, elencou Matheus Bonfim.
E completou “são criminosos se passando por indígenas”.
De acordo com o representante, o comando das invasões possui um grupo armado que orquestra a coação pela saída de pequenos e grandes produtores de suas propriedades. “O grupo armado ameaça o produtor 24 horas. Quando o produtor é maior, eles dizem: “me dá R$ 50 mil que a gente segura e não invade”.
Perguntado sobre o efeito da CPI do MST na ocorrência das invasões, Bonfim afirma que desde o fim das investigações em curso na Câmara dos Deputados, ‘nada mudou’.
“O governo ignorou a CPI e esse grupo criminoso acha que está acima da Lei. Batem no peito e dizem que quem manda são eles”.
Bonfim também denuncia leniência do governo baiano, chefiado pelo petista Jerônimo Rodrigues. “O governador ordenou à Polícia para não fazer nada. A Polícia vai até o local, toma pé da situação, mas não prende ninguém”.