Impeachment volta a ser discutido nesta sexta-feira às 9h com as testemunhas de defesa.
Agência O Globo / Foto: Reprodução
BRASÍLIA – Após mais de doze horas de sessão, o Senado começou a ouvir, na noite desta quinta-feira, a segunda testemunha de acusação no processo de impeachment contra a presidente afastada Dilma Rousseff. O segundo e último a ser ouvido nesta noite foi Antonio Carlos Costa D’Ávila Carvalho, ex-auditor federal do Tribunal de Contas da União (TCU). Logo após a fala da testemunha e das interpelações e questionamentos do advogado de defesa da presidente afastada Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo, o presidente da sessão Ricardo Lewandowski decidiu suspender a sessão às 0h18m para ser retomada nesta sexta-feira às 9h, quando serão ouvidas as testemunhas de defesa.
Questionado pela senadora Lúcia Vânia (PSB-GO) sobre os danos ao Erário das pedaladas fiscais, a testemunha respondeu que a perda tem “valores intangíveis” e com tempo indeterminado para a recuperação desses valores.
– Há uma perda muito grande em valores intangíveis no âmbito do setor público, e tenho a impressão que demoraremos um bom tempo para recuperar. O dano ao Erário é muito, muito grande – disse Carvalho.
Na tentativa de encurtar os trabalhos, senadores da base governista começaram a retirar seus nomes dos inscritos para questionar a testemunha. Neste momento, dos 17 previstos, há apenas mais seis inscritos para falar, quase todos senadores que apoiam Dilma Rousseff.
Apesar de ter demonstrado disposição para entrar pela madrugada, o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, que preside a sessão, propôs um “tour de force” para encerrar a sessão mais cedo, já que amanhã os trabalhos são retomados às 9h.
Cada senador tem três minutos, mais a réplica depois da fala da testemunha, que tem o mesmo tempo de fala do parlamentar.
Depois disso, falam os advogados de defesa e acusação, os advogados José Eduardo Cardozo e Janaina Paschoal, respectivamente. Ambos têm seis minutos para falar e quatro minutos para a réplica.
Mais cedo, na condição de informantes, o procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) Júlio Marcelo de Oliveira argumentou que a presidente afastada Dilma Rousseff descumpriu a Lei de Responsabilidade Fiscal, a lei orçamentária e ainda a Constituição ao editar os decretos de créditos suplementares. Ele ainda considerou irregular o chamado atraso no repasse de recursos ao Banco do Brasil no caso do Plano Safra. Esses crimes que são imputados à presidente petista.