”Possível mudança de nome vai deixar partido acanhado nesses tempos em que comunista voltou a ser xingamento em partida de dominó”*Por Igor Maciel, da coluna Pinga-fogo / Foto: Felipe Ribeiro / JC Imagem
Existe a vontade da mudança, existe a mudança de verdade e existe a mudança enviesada. Mudança de verdade é o que fez o PFL, quando transformou-se em DEM para tentar se livrar do estigma da ditadura. O DEM sofreu, mas está aí. A vontade de mudança é a do PT. Semana passada, o senador Humberto Costa (PT) admitiu: “com o fim da União Soviética e do socialismo real, que era como um catecismo, uma religião, acabou tudo isso. A gente viu que não existe e temos que repensar o mundo desse ponto de vista”, afirmou.
Já a mudança enviesada é a do PCdoB, que foi noticia com a informação de que mudaria de nome para “Movimento 65” e ia até apagar a foice e o martelo. Logo, lideranças surgiram pra explicar que não vão mudar nome. E ficou mais difícil de entender. “Movimento 65”, disseram, seria um grupo para onde iriam os que quisessem se candidatar, depois de passarem por outro grupo, uma tal “Plataforma dos Comuns”, como projeto de formação política.
O nome PCdoB vai ficar, provavelmente mais discreto, acanhado nesses tempos em que comunista voltou a ser xingamento em partida de dominó. Às vezes falta coragem pra mudar, às vezes falta coragem pra manter-se. E, às vezes, falta coragem pros dois.
*Igor Maciel é colunista do Jornal do Commercio
