Centrais sindicais e movimentos populares anunciam para a próxima sexta-feira, dia 14, uma greve geral contra a reforma previdenciária. No Recife a concentração está marcada para as 14h, na Rua do Sol, esquina com a Avenida Guararapes, com participação de partidos políticos, entidades estudantis e movimentos sociais. Manifestações populares num regime democrático é a coisa mais normal do mundo. Mas talvez fosse o caso de avaliar se essa greve é oportuna no momento em que o Brasil está com 14 milhões de desempregados e com sua economia voltando à recessão.
Seria uma greve contra quem e a favor de quê? Contra o governo Bolsonaro, tudo bem, devido às inúmeras trapalhadas praticadas pelo seu governo, mas qual o resultado que se poderia obter dessa paralisação? Nenhum. Contra a reforma previdenciária pior ainda, pois todo mundo de bom senso reconhece que essa reforma é necessária porque o nosso sistema de seguridade está falido. Então, fazer uma greve para que a reforma não seja feita? Pelo amor de Deus! Isso é dá um tiro no próprio pé, pois o que já ocorreu com o Rio Grande do Sul, o Rio Grande do Norte, o Rio de Janeiro e Minas Gerais (desequilíbrio total das contas públicas) pode contaminar o resto do país.
Ademais, já não bastaram as manifestações de 15 de maio quando milhares de pessoas saíam às ruas para protestar contra os cortes nas verbas do Ministério da Educação? O protesto pelo protesto é o que de pior pode haver neste momento não para o presidente da República e sim para os manifestantes, que vão voltar para as suas casas com as mãos abanando.