63 instituições em todo o país já aderiram à paralisação nacional no ensino
Por ICL Notícias
O Andes, o Sinasefe e a Fasubra, entidades que representam os professores e trabalhadores da rede federal de ensino, concederam entrevista coletiva nesta segunda-feira (3) para atualizar a situação da greve dos profissionais.
Segundo os sindicatos, não há prazo para o encerramento do movimento grevista. Haverá uma reunião com representantes do governo federal ainda nesta segunda, às 14h para a reabertura das negociações.
“Não há um prazo limite para a continuidade das negociações e nem mesmo para o estabelecimento do que são as pautas conduzidas pelo movimento docente. Nós reclamamos uma celeridade por parte do governo federal em dar respostas, porque a condução da greve traz impactos que são vivenciados por todos que estão nas universidades, institutos federais e Cefets”, disse Gustavo Seferian, do Andes.
O movimento marcou uma série de manifestações para esta segunda-feira após o governo assinar acordo salarial apenas com a Proifes, uma das entidades que representam os professores federais em greve por reajuste. O acordo, no entanto, foi sustado pela Justiça.
“O revés que o governo federal teve com uma derrota no Poder Judiciário, que cassou os efeitos do acordo golpista estabelecido no dia 27 passado com a Proifes, pode e deve ser sinal para uma orientação de rotas por parte do Executivo… Esperamos que o dia de hoje seja uma nova abertura para esse processo de diálogo e negociação e não mais uma mesa de enrolação”, completou o representante do Andes.
O Andes pede aumento salarial de 7,06% ainda em 2024, de 9% em janeiro de 2025 e de 5,16% em 2026. Além disso, a entidade pede um plano para a recomposição do orçamento das universidades federais, em queda nos últimos anos.
O movimento conta com a adesão de 63 instituições de ensino federal, após a adesão de 2 novas instituições, segundo os representantes do Andes, do Sinasefe e da Fasubra Sindical.
Greve: reajuste em 2024
Uma das principais reivindicações do movimento liderado pelo Andes, o Sinasefe e a Fasubra é um reajuste salarial ainda em 2024. Essa é uma das maiores diferenças entre as reivindicações dessas entidades e a Proifes, que assinou um acordo com o governo. “A diferença da proposta do Sinasefe para o do Proifes é que nós queremos reajuste em 2024. Nós não abrimos mão”, definiu David Lobão, representante do Sinasefe.
“Nós não aceitamos o congelamento de salários em 2024, chega de congelamento, dois anos de Temer e quatro de Bolsonaro tiveram uma repercussão muito ruim para a gente e ver o governo Lula querer congelar um ano do nosso salário é uma repercussão muito ruim”, completou.
Também foram citados pelos representantes das entidades os recentes aumentos dados a outras categorias do serviço público federal, como a aprovação e sanção da Lei n.º 14.875 que trata do reajuste salarial das carreiras da Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Penal Federal. “Para aquelas pessoas que botaram policial para proibir o povo de ir votar na eleição, tem dinheiro na LOA (Lei orçamentária Anual) e para a gente, não. Isso é um absurdo”, disparou David Lobão.