Com a chegada do mês de junho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ultrapassa um terço do novo governo. Nesses mais de 500 dias, o chefe do Executivo se propôs a melhorar áreas de meio ambiente, relações internacionais e economia, enquanto travou batalhas com o Congresso e enfrentou crises sanitárias e climáticas no país.
O marco de tempo do mandato foi citado por Lula em um discurso no dia 8 de maio, ao falar com otimismo sobre o rumo do Brasil: “Escrevam isto, porque nós estamos apenas com 15 meses de governo, menos de um terço do mandato. Portanto, vamos fazer três vezes mais do que fizemos até agora para atingir o ápice das coisas boas neste país”.
Na virada de junho, Lula completa 17 meses, ou seja, 517 dias à frente da Presidência. Nesse período, o mandatário conseguiu avançar em agendas da economia, como a aprovação da reforma tributária, do meio ambiente e da retomada das relações exteriores.
No entanto, o governo ainda enfrenta dificuldades na relação com o Congresso Nacional. Além disso, passou por uma crise na saúde, com a alta de casos de dengue, e o desastre climático no Rio Grande do Sul (RS). Todo esse cenário trouxe impactos à imagem do titular do Planalto, que sofre com a falta de popularidade em comparação a mandatos anteriores.
O Metrópoles conversou com especialistas que fizeram um balanço da gestão de Lula até aqui.
Articulação com Congresso
Pedro Feliu Ribeiro, professor de relações internacionais da Universidade de São Paulo, aponta que a política externa é um campo mais possível de o presidente avançar comparado a questões progressistas e uma reforma administrativa dentro do Brasil. Isso por causa da relação turbulenta entre Executivo e Legislativo.
“A política externa surge como uma opção, um porto seguro, para esse avanço”, disse. Além da retomada das relações internacionais mais clássica brasileira, o professor apontou o retorno do “tradicional presidencialismo de coalização”.
“O custo é altíssimo nesse governo, talvez como nunca foi visto antes porque a polarização aumentou. Vai ter muita limitação, o que o presidente vai conseguir fazer é escolher poucas prioridades e avançar a agenda legislativa”, completou. (Metrópoles)