Por Jovem Pan
O Ministério de Minas e Energia indicou nesta quarta-feira, 6, José Mauro Ferreira Coelho para a presidência da Petrobras. Ele deverá assumir o lugar de Joaquim Silva e Luna. O governo federal também indicou Márcio Andrade Weber para a presidência do conselho de administração da estatal. Os nomes ainda precisam ser aprovados pela Assembleia-Geral de acionistas, que será realizada na próxima quarta-feira, 13. “O governo renova o seu compromisso de respeito a sólida governança da Petrobras, mantendo a observância dos preceitos normativos e legais que regem a empresa”, diz a nota oficial.
Coelho foi secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia durante um ano e meio. Ele pediu demissão do cargo em outubro de 2021. Antes, trabalhou na Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estatal do governo responsável pelo planejamento do setor elétrico. O indicado também atua como presidente do conselho de administração da Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural (PPSA) desde maio de 2020. Ele é formado em química industrial e tem doutorado em planejamento estratégico pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Coelho é a segunda opção anunciada pelo governo federal para substituir Silva e Luna. Na semana passada, o Executivo havia indicado Adriano Pires para a vaga. O economista, no entanto, desistiu da nomeação nesta segunda-feira, 4, justificando conflito de interesses. Pires é fundador e sócio diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), consultoria do ramo de energia e que presta serviço para dezenas de empresas e instituições. Já o cargo de presidente do conselho de administração foi inicialmente oferecido para Luiz Randolfo Landim, que também declinou ao convite devido aos compromissos profissionais como presidente do Flamengo.
A nomeação de Coelho deve por fim às especulações na troca de comando na estatal. A demissão de Silva e Luna foi anunciada no dia 28 de março após semanas de atritos com o presidente Jair Bolsonaro (PL) em meio às críticas do presidente à política de reajuste de preços dos combustíveis. No dia 10 de março, a estatal anunciou a elevação dos preços nas refinarias da gasolina (18,8%), diesel (24,9%) e gás de cozinha (16,1%). O aumento ocorreu em meio à disparada do barril de petróleo do tipo Brent, usado como referência para a formulação dos preços, em reflexo das incertezas no mercado geradas pela guerra no Leste Europeu. O general da reserva do Exército assumiu o cargo no lugar de Roberto Castello Branco, demitido em fevereiro do ano passado também em meio uma crise aberta com o governo federal por reajustes nos combustíveis. Ele estava no comando da estatal desde 2019 por indicação do ministro da Economia, Paulo Guedes.