O governo deve divulgar nesta quarta-feira o texto completo do decreto que facilita o porte de armas para atiradores esportivos, colecionadores e caçadores.
A assinatura do texto por Jair Bolsonaro cumpre uma das principais promessas de campanha do presidente: a mudança no Estatuto do Desarmamento.
A matéria prevê que moradores do campo passarão a ter direito de usar armas dentro da propriedade, por exemplo.
Também subiu para até 5 mil a possibilidade de compra de munições de uso permitido e mil, de uso restrito.
Para colecionadores, atiradores esportivos e caçadores, são várias mudanças, como a que permite o transporte de armas carregadas.
A medida serve para que o portador possa se defender de uma eventual tentativa de roubo no caminho dos clubes e federações de tiro.
As regras para a importação também foram facilitadas, inclusive para as forças de segurança.
Até então, a compra de armas do exterior era vetada pelo Exército quando existia similar fabricado no Brasil.
Segundo o chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, o governo apenas cumpre o que sempre defendeu.
No discurso, o presidente Jair Bolsonaro frisou que a política de segurança pública começa em casa.
A assinatura do decreto agrada tanto a ala ideológica do governo quanto a militar e faz parte da tentativa de Bolsonaro de pôr fim à disputa entre os dois grupos.
Ontem, o presidente almoçou no quartel general do Exército com comandantes e com o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva.
Antes de seguir para o encontro, ele publicou uma nota em que disse que admira e deve a própria formação aos militares.
E fez uma defesa do ideólogo do governo, Olavo de Carvalho, que de acordo com Bolsonaro, tornou-se um ícone, um ídolo para muitos.
Apesar da homenagem e do pedido de trégua presidencial, o escritor que mora nos Estados Unidos fez novos ataques aos integrantes ligados às Forças Armadas.
No almoço, os militares se queixaram que estão sendo “fritados” em praça pública, e cobraram gestos mais fortes de defesa por parte de Jair Bolsonaro.
Ministros da área política e aliados no Congresso afirmam que a turbulência tem de acabar para que o governo nao se desgaste tentando arrumar a própria casa.