Em entrevista à Rádio Jornal, na manhã desta quarta-feira (05), o ex-ministro das Cidades e presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, criticou o posicionamento dos governadores do Nordeste em relação à reforma da Previdência. Segundo o pernambucano, que é favorável à permanência dos Estados e municípios na reforma, os gestores nordestinos decidem uma coisa em ‘quatro paredes’ nos encontros em Brasília e depois tratam a matéria como um ‘demônio’.
“O que está acontecendo na prática, mais no Nordeste, é que os governadores quando chegam aqui em Brasíli fazem um discurso entre quatro paredes, batendo palma para a reforma da Previdência, dizendo que é fundamental para os seus Estados e quando voltam pros seus Estados, tratam a reforma da Previdência como um verdadeiro demônio”, disse Bruno, que conclui afirmando que os parlamentares da região se sentem em uma ‘relação desleal’ com os governadores nordestinos.
“Se não houvesse essa relação não clara, sincera ou demagógica por parte dos governadores, seria resolvido tudo com mais tranquilidade em Brasília. Tenho dúvida de como virá o relatório do relator”, completou o presidente. O tucano ainda disse que se tivesse oportunidade, votaria com os Estados e municípios dentro da reforma. “Não iria bancar essa disputa política”.
Quando questionado sobre a posição do PSDB diante da reforma, Bruno garantiu que a decisão será democrática e será feita após o relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), dar o seu parecer.
“Nós vamos fazer uma reunião conjunta da executiva, com a bancada federal e do Senado, para tomar uma decisão sobre o texto principal da reforma da Previdência, para decidir se fecharemos ou não a questão. Se a maioria dos votos for para fechar a questão, todos os deputados, todos os senadores, isso se a reforma for validada nos Estados e municípios, os deputados estaduais e vereadores também terão que seguir a orientação do partido sob pena de alguma medida disciplinar do PSDB com relação aos parlamentares”, explicou Bruno.
O ex-ministro das Cidades ainda acrescentou que essa decisão não é um exercício de força ou autoritarismo e que seria “para reposicionar o PSDB com o discurso que nós temos feito”, cravou.